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As aulas vão começar com “números astronómicos”… na despesa militar

ZAP

Para já, há mais de 3 mil horários por preencher. Um “remendo” não chega, quando 4 mil professores se reformam anualmente.

O ano lectivo está quase a começar no ensino público. O calendário escolar prevê que o início das aulas se concretize a partir desta quinta-feira, 11 de Setembro, até à próxima segunda-feira, dia 15.

Já se antecipam problemas, mais uma vez: faltam professores, há mais de 3.000 horários por preencher. No final de Agosto, o Governo anunciou que vai abrir um concurso extraordinário com quase 1.800 vagas para zonas com mais dificuldade em atrair professores. Também será alargado o apoio à deslocação dos docentes.

Mas isso não “não resolve, nem de perto nem de longe” o problema, avisa José Feliciano Costa, secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (FENPROF).

O responsável da FENPROF lembrou que, nos próximos anos, cerca de 4 mil professores vão reformar-se por ano. A resposta, defende, deveria passar por lugares efectivos em quadro.

Também no Nascer do SOL, Daniel Martins, da direcção do Sindicato de Todos os Professores (S.TO.P.), fala em “remendo que não cobre toda a ferida imediata e muito menos compensa a saída anual de 4.000 docentes para a reforma, nos próximos 10 anos”, reforçou. E lamentou a “sobrecarga dos actuais profissionais de educação com trabalho extraordinário para colmatar a falta de docentes”.

Em relação ao alargamento no apoio à deslocação, o director do S.TO.P. acha que é “insuficiente para fazer face aos preços absurdamente elevados com a habitação”. As universidades, considera, deveriam abrir mais vagas nos mestrados via ensino para os alunos que estão a terminar as licenciaturas: “É verdadeiramente incompreensível”.

O sindicato alerta que faltam – além de professores – técnicos superiores (psicólogos, intérpretes de língua gestual, assistentes sociais e informáticos), assistentes operacionais e técnicos.

E ainda há a questão do Orçamento do Estado. Para este ano, estava previsto um investimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) na educação.

Daniel Martins lembra que há “números astronómicos” mas… no aumento da despesa militar. E esse aumento “terá que se reflectir necessariamente na diminuição de investimento nos serviços públicos onde se inclui a educação”, conclui.

O Nascer do Sol perguntou ao Ministério da Educação quais são as maiores preocupações para o início deste ano lectivo. O Ministério, na resposta, destacou iniciativas como o pacote +Aulas +Sucesso, a proibição dos telemóveis e os já mencionados concurso para novas vagas e o alargamento do apoio à deslocação.

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