Calígula (12 d.C – 41 d.C) foi o terceiro líder do Império Romano. Conhecido pela sua loucura, chegou a declarar guerra ao Oceano e a usar as conchas, como ossos, para exibir em desfiles de vitória.
Calígula foi o Imperador que liderou Roma entre 37 e 41 d.C..
A Walks Inside Rome descreve-o como “um dos piores do Império Romano”.
Durante o seu curto reinado, Calígula causou o caos entre a elite romana. Exigiu que os senadores o adorassem como um deus, “roubou-lhes” as mulheres e ordenou a execução de muitos à sua volta.
Mas a loucura de Calígula ia muito mais além – tanto que ficou conhecido como o Imperador que declarou guerra ao Oceano.
O primeiro a contar a história, que data de 40 d.C., foi Suetónio, o biógrafo dos primeiros doze Imperadores Romanos.
“Calígula ordenou aos seus militares que colhessem conchas do mar e enchessem os seus capacetes e as dobras das suas túnicas com elas, chamando-as de ‘os despojos do mar devidos ao Capitolino e ao Palatino’“, cita a Walks Inside Rome.
As conchas eram retratadas como os ossos do mar, para mostrar que o seu exército tinha conseguido derrotar o Oceano.
“Como Monumento ao seu sucesso, ergueu um farol, sobre o qual ordenou que se acendessem luzes à noite para a orientação dos navios no mar. Finalmente, prometendo aos soldados uma recompensa de cem denários a cada um, como se tivesse superado os mais eminentes exemplos de generosidade, disse-lhes: ‘Vão e sejam felizes; pois agora sois ricos!’“.
O historiador do século III Cássio Díon também conta que Calígula “navegou mar adentro. Depois voltou à costa, subiu a uma grande plataforma, tocou as trombetas de batalha e ordenou que os seus homens recolhessem conchas do mar para que pudessem exibi-las em Roma como despojos de guerra num desfile de vitória“.
Isto ter-se-á sucedido na costa do Norte da Gália, perto da atual cidade de Boulogne-sur-Mer. A maioria dos historiadores explica este comportamento de Calígula como sintoma da sua loucura.
De facto, como refere a Walks Inside Rome, a degeneração mental de Calígula está bem atestada entre as fontes antigas.
Calígula tinha apenas 25 anos quando chegou ao poder. A sua idade seria mais do que suficiente para ter já uma valiosa experiência militar. No entanto, o Imperador tinha tido uma adolescência bastante conturbada.
Calígula viveu sobre um ambiente tóxico de paranoia e execuções, que moldaram a sua personalidade para o pior. O jovem frágil achava que precisava de uma grande vitória militar para engrandecer o ego. Primeiro falhou uma expedição à Britânia, em 40 d.C.; depois decidiu construí-la frente ao Oceano.
Calígula não durou muito no poder. Após apenas quatro anos, foi assassinado por senadores descontentes, sob a liderança de membros da Guarda Pretoriana.