Pedro Sánchez avança com medidas para tentar “travar o genocídio em Gaza”

Party of European Socialists / Flickr

O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez.

Espanha vai adotar de forma imediata 9 medidas para tentar “travar o genocídio em Gaza e perseguir os seus executores”. O governo espanhol acredita que as medidas põem Espanha na “vanguarda” da pressão sobre Israel.

São “9 ações adicionais” às que Espanha tem tomado nos últimos dois anos – anunciou o primeiro-ministro espanhol, numa declaração na sede do Governo espanhol, em Madrid, na manhã desta segunda-feira.

A primeira medida de Pedro Sánchez será “a aprovação urgente” de um decreto-lei pelo Governo “que consolide juridicamente” a proibição de compra e venda de armas a Israel.

O chefe do executivo espanhol estabaleceu, em concreto, “a proibição legal e permanente” de compra e venda de “armamento, munições e equipamento militar a Israel”, disse, depois de sublinhar que Espanha já aplica “de facto” deste embargo desde outubro de 2023.

Entre as outras medidas, citadas pelo El Pais, estão um reforço de apoios à Autoridades Palestiniana, à ajuda humanitária para Gaza ou à agência das Nações Unidas para os refugiados da Palestina (UNRWA), incluindo um aumento das contribuições monetárias.

Outra é a proibição de entrada em Espanha – seja por mar, pelo ar ou por terra – “de todas aquelas pessoas que participem de forma direta no genocídio, na violação dos Direitos Humanos e nos crimes de guerra na Faixa de Gaza”.

Especificamente, Sanchéz quer proibir o trânsito por portos de Espanha de “todos os barcos que transportem combustíveis destinados às Forças Armadas israelitas” e a interdição do espaço aéreo nacional a “aeronaves de Estados que transportem material de defesa destinado a Israel”.

Espanha vai proibir a importação de produtos dos assentamentos israelitas nos territórios palestinianos; e limitar ao “mínimo obrigatório” a assistência consular a pessoas com nacionalidade espanhola que vivam nesses assentamentos.

O Governo espanhol vise também reforçar o número de efetivos que tem na Missão de Assistência Fronteiriça da União Europeia em Rafah; e promover projetos de colaboração com a Autoridade Palestiniana nos âmbitos da agricultura, segurança alimentar e assistência médica.

Além das medidas, Sanchéz pediu a união dos aliados europeus, nesta posição. Sublinhou que Espanha se recusa a ficar de braços cruzados, mas reconheceu que, sozinha, não conseguirá travar o massacre sobre o povo palestiniano.

Sabemos que todas estas medidas não serão suficientes para travar a invasão nem os crimes de guerra, mas esperamos que sirvam para somar pressão ao governo israelita, para aliviar parte do sofrimento da população palestiniana”, admitiu Pedro Sanchéz.

“Esperamos que estas medidas sirvam para aumentar a pressão, para aliviar parte do sofrimento. Ante um dos episódios mais infames do século XXI, ao menos que os cidadãos saibam que a Espanha esteve no lado certo da história“, rematou.

O governo espanhol acredita que estas medidas põem Espanha na “vanguarda” da pressão sobre Israel.

Em maio de 2024, pela mão de Pedro Sánchez, Espanha já tinha reconhecido do Estado da Palestina, para “deter o genocídio em Gaza, perseguir os seus executores e apoiar a população palestiniana”.

“Tempestade” em Gaza continua

O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, avisou, na manhã desta segunda-feira, que Gaza vai ser destruída se o Hamas não libertar os reféns.

“Hoje, uma poderosa tempestade, semelhante a um furacão, atingirá os céus da cidade de Gaza”, ameaçou Katz numa mensagem divulgada através das redes sociais.

Este é um último aviso aos assassinos e violadores do Hamas em Gaza e nos hotéis de luxo no estrangeiro: libertem os reféns e deponham as vossas armas, ou Gaza será destruída e serão aniquilados”, acrescentou o ministro da Defesa de Israel na mesma mensagem.

O ultimato do ministro israelita ocorreu depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter emitido um “aviso final” ao Hamas – movimento palestiniano que controla Gaza -, pedindo que libertasse todos os reféns.

Atualmente decorre uma operação militar israelita concentrada na cidade de Gaza, no norte do enclave.

ZAP // Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.