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Suspeito do assalto a Tancos volta atrás com a palavra e nega ter lá estado

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Paulo Novais / Lusa

Entrada dos Paióis Nacionais do Polígono Militar de Tancos

Um dos suspeitos do assalto a Tancos, conhecido como “Pisca”, nega ter lá estado, apesar de, no passado, já ter admitido a sua participação no roubo do material militar.

O ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes e mais 22 arguidos começam a ser julgados esta segunda-feira, no tribunal de Santarém, no processo de Tancos, sobre o furto e a encenação da recuperação de armamento militar dos paióis.

Um dos suspeitos, conhecido como “Pisca”, nega ter lá estado, apesar de, no passado, já ter admitido a sua participação no roubo do material militar. “É tudo mentira. A primeira vez que estive em Tancos foi com a Polícia Judiciária”, disse o arguido em tribunal, citado pelo jornal Público.

Não só “Pisca” esteve envolvido, como foi ele que cortou com um alicate parte da vedação do recinto, permitindo a João Paulino e aos restantes seis homens que este liderava introduzirem-se no recinto militar na noite de 27 para 28 de junho de 2017.

O arguido nega agora ter ido naquela noite aos paióis, apesar de até ter dito anteriormente às autoridades os gorros usados pelos assaltantes. “Pisca” terá ficado a saber das pobres condições de segurança dos paióis de Tancos através de um sobrinho seu que lá trabalhava como furriel.

Estas incongruências no seu discurso foram-lhe confrontadas pelo próprio juiz do Tribunal de Santarém. “Estava a viver dentro de um carro e não tinha consciência do que dizia”, disse o arguido, confessando que, na altura, não estava psicologicamente bem, uma vez que era consumidor de haxixe.

“Pisca” tinha dito à Polícia Judiciária que transmitiu a informação sobre Tancos a João Paulino devido a uma dívida de mil euros que tinha com ele, relacionada com tráfico de droga. Foi uma forma de tentar saldar a dívida que tinha com o ex-fuzileiro.

De acordo com o Público, vários outros arguidos preparam-se para assegurar igualmente em tribunal não terem ido a Tancos naquela madrugada.

Ouvido em tribunal, o sobrinho de “Pisca” admitiu que nem sempre foi honesto no que diz que respeito ao seu envolvimento no roubo, mas garante que foi por “tática processual”. As informações que passou aos assaltantes eram observáveis por parte de quem passasse ao lado do recinto militar, garantiu.

O caso do furto do armamento de guerra dos paióis de Tancos foi divulgado pelo Exército em 29 de junho de 2017 com a indicação de que ocorrera no dia anterior, tendo a alegada recuperação do material de guerra furtado ocorrido na região da Chamusca, Santarém, em outubro de 2017, numa operação que envolveu a PJM, em colaboração com elementos da GNR de Loulé, que são agora arguidos.

ZAP //

3 Comments

  1. Eu sempre tenho dito que o responsável por tudo isso terá sido o básico lá do quartel que normalmente anda a varrer a parada!

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