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Soares ao ataque: Seguro bem pode querer, mas não vai ser primeiro-ministro

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FraLiss / Wikimedia

O ex-presidente da República e ex-líder do PS, Mário Soares

O ex-presidente da República e ex-líder do PS, Mário Soares

O ex-Presidente da República Mário Soares afirmou esta quarta-feira que apoia a candidatura de António Costa à liderança dos socialistas porque construirá “um grande partido de esquerda” e não um PS “feito com a direita” para ter lugares.

Mário Soares falava na sessão de apresentação da candidatura do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, à liderança do PS e às eleições primárias para a escolha do candidato socialista a primeiro-ministro.

Num Teatro Tivoli completamente cheio, António Costa foi recebido em ambiente de euforia por centenas de apoiantes socialistas, entre os quais, na primeira fila, o fundador e primeiro líder do partido, Mário Soares.

Mário Soares fez depois um ataque cerrado à atual direção do PS, embora sem nunca referir diretamente o nome do secretário-geral, António José Seguro.

“António Costa vai fazer do PS um grande partido, um partido de esquerda. E não vai ser um PS feito com a direita, só para ter lugares“, disse na parte final da sua curta intervenção.

Logo nas suas primeiras palavras, o antigo chefe de Estado lançou críticas à atual linha dominante do PS, elogiando os socialistas presentes na sessão e, em seguida, sustentando que há muito tempo que não ouvia gritar com punho esquerdo erguido “PS, PS” e que também há muito tempo que não ouvia a palavra “camarada”.

A palavra camarada foi perdida e até hoje só via gente a tratar de si próprio, o que não posso admitir”, afirmou o fundador do PS.

Mas Mário Soares foi ainda mais longe: “Nestes últimos três anos nunca ouvi falar do PS. Isto acontece porque aqueles que se diziam chefes do PS não têm nada a ver com o PS. É preciso que as coisas mudem – e vão mudar com António Costa, que é do PS desde 14 anos”, disse, recebendo uma prolongada ovação.

Sem citar o nome de António José Seguro, Soares fez ainda a seguinte observação: “Há quem nunca fale do PS, mas ande sempre a dizer que ‘vou ser primeiro-ministro, quero ser primeiro-ministro‘. É qualquer coisa de estranhíssimo”. E, citado pelo Sol, o ex-presidente da República e ex-líder do PS concluiria: “Bem pode querer, pois não vai ser com certeza“.

ZAP / Lusa

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