Entre quinta-feira e domingo, milhares de professores e crianças vão tomar a vacina. Secretário de Estado da Saúde rejeita afastar preocupações.
António Lacerda Sales repetiu a ideia de que não há qualquer plano para adiar o regresso às aulas, marcado para o dia 10 de Janeiro. O secretário de Estado da Saúde reforçou que o ensino presencial é importante para as crianças.
“O ensino presencial é importante para a saúde mental, física e social das crianças”, explicou o responsável, que afastou a ideia de, nas escolhas, haver “maiores
cruzamentos” entre alunos, pais, docentes e não docentes.
Para esse regresso acontecer com tranquilidade e segurança maiores, apela-se à vacinação. A ideia do Governo é criar uma semana de vacinação em massa: entre quinta-feira e domingo, ou seja, entre os dias 6 e 9 de Janeiro, sempre à tarde, vai haver uma “capacidade reforçada de vacinação” para os professores de todos os graus de ensino e dos profissionais de creches e ATL. Cada pessoa só terá de confirmar o seu emprego, através de um documento.
Nesta entrevista à CNN Portugal, Lacerda Sales repetiu o pedido: vacinar milhares de crianças, também entre quinta-feira e domingo. O objectivo era chegar às 600 mil
crianças vacinadas mas, para já, foram vacinadas 96 mil e, para esses quatro dias, há auto-agendamentos para 100 mil crianças. “Nenhuma criança ficará por vacinar.
Poderão existir outros períodos, mais ou menos dilatados”, anunciou.
Mesmo com vacinas e com medidas de prevenção, “pode vir a ser necessário confinar e isolar”, admitiu o secretário de Estado da Saúde, explicando que diminuir o período de isolamento profilático é uma maneira de “mitigar o impacto”.
Na semana passada a Direcção-Geral da Saúde decidiu encurtar de 10 para sete dias o período de isolamento das pessoas infectadas com COVID-19 assintomáticas e dos
contactos de risco (embora a medida ainda não esteja a ser concretizada). E Lacerda Sales admitiu que esse período pode ser encurtado para cinco dias – algo que passa a ser regra nos Açores a partir desta terça-feira.
O número de casos diários tem aumentado significativamente nas últimas semanas, sobretudo desde a chegada da variante Ómicron a Portugal, mas tem havido uma
estabilidade no número de mortes e de casos graves. Por isso, António Lacerda Sales concorda com o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa: “Estamos em fase de transição para endemia. E todos queremos virar a página“.
No entanto Lacerda Sales, médico, rejeita um relaxamento: “Preocupação é um estado de alma permanente que eu tenho. Sei que a medicina é uma ciência própria e temos de estar sempre preocupados, a evolução das situações clínicas pode ser muito rápida”.
Coronavírus / Covid-19
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