O período de isolamento de pessoas infetadas com covid-19 assintomáticas e dos contactos de risco passa de 10 para 7 dias.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) decidiu, esta quinta-feira, encurtar o período de isolamento de pessoas infetadas com covid-19 assintomáticas e dos contactos de risco.
Assim sendo, quem tem covid-19 sem qualquer sintoma ou teve um contacto de risco com o vírus vai ficar isolado durante sete dias, em vez dos dez em vigor.
“Esta decisão está alinhada com orientações de outros países e resulta de uma reflexão técnica e ponderada, face ao período de incubação da variante agora predominante, a Ómicron”, justifica o organismo de saúde pública.
A atualização das normas das autoridades de saúde e a adaptação dos sistemas de informação serão feitas o mais brevemente possível. A alteração do procedimento já foi comunicada ao Ministério da Saúde e deverá vigorar a partir da próxima semana.
Como funciona o isolamento?
Em declarações à RTP3 ao início da tarde, a diretora-geral da Saúde justificou que a decisão da DGS dá segurança às pessoas, por um lado, e liberta-as para a sua vida social, por outro.
Os infetados que desenvolvam sintomas devem permanecer em isolamento durante dez dias. Já os assintomáticos veem o seu isolamento reduzido para sete.
Se permanecerem sem sintomas ao sétimo dia, os infetados com covid-19 podem sair do isolamento sem necessidade de realizar um novo teste de deteção. Já as pessoas que contactaram com um caso positivo, têm de ter um teste negativo para poderem sair do isolamento ao fim de sete dias.
As pessoas que tiverem o reforço da vacinação (nos casos em que é indicado) e tiverem contactado com um caso positivo de covid-19 – mesmo que sejam coabitantes – não precisam de ficar em isolamento profilático.
Os recuperados têm o mesmo estatuto que o caso anterior e também não necessitam de ficar em isolamento se contactarem com o vírus.
A responsável apelou, contudo, à responsabilização individual, salvaguardando que essas pessoas devem manter os cuidados recomendados. “Não isolar não quer dizer isentar de precauções“, avisou Graça Freitas.
5 dias de isolamento “em aberto”
A diretora-geral da Saúde disse ainda que a redução do isolamento para cinco dias “está em aberto”. “Daqui a uns dias vamos ter mais informação sobre a variante Ómicron e quanto mais soubermos melhor para definirmos com segurança qual o menor tempo possível de isolamento”, explicou.
Graça Freitas justificou que o novo período de isolamento de sete dias só se verifica para a nova variante, que é agora maioritária em Portugal. Isto significa que, “um dia que surja uma nova variante, temos de adotar novamente o sistema com novos paradigmas de resposta”.
A diretora-geral da Saúde já tinha adiantado que a DGS estava a ponderar a redução do tempo de isolamento numa entrevista concedida à RTP3, na quarta-feira.
“Portugal está a equacionar a redução do período de isolamento, que está em fase de avaliação. A base é a probabilidade do que vai acontecer e o que se sabe sobre a história natural da doença: o período de incubação, transmissão e em que esta variante é mais infecciosa”, revelou.
No mesmo dia, em declarações à SIC, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, admitiu estarem a ser avaliados vários indicadores, como a incidência e a transmissibilidade da infeção e os internamentos.
A decisão, surge um dia depois de a Região Autónoma da Madeira ter reduzido para cinco dias o período de isolamento de infetados assintomáticos e de quem contactou com casos positivos, acabando mesmo com a quarentena de contactos vacinados com a terceira dose.
A Ordem dos Médicos (OM) e vários especialistas insistiram na adoção de novas formas de abordagem da epidemia, tendo em conta o crescimento do número de novos casos.
Além da redução do período de isolamento, os especialistas propuseram, ao longo desta terça-feira, a libertação dos profissionais dos centros de saúde de atos administrativos e burocráticos, como a emissão de baixas, e a realização de uma campanha de informação e esclarecimento da população.
A diretora-geral da Saúde também adiantou, na mesma entrevista, que a DGS ia avançar com uma medida de “autovigilância” para os assintomáticos.
De acordo com a proposta, as pessoas que não apresentam sintomas, mesmo tendo testado positivo à covid-19, ficam “em autovigilância”, ligando para a linha SNS24 apenas se eventualmente surgirem.
Liliana Malainho, ZAP // Lusa
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