A Direção-Geral da Saúde (DGS) estava a ponderar reduzir o período de isolamento dos infetados com covid-19. A decisão foi entretanto anunciada.
Ainda esta manhã será conhecida a decisão da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a diminuição do tempo de isolamento de infetados com covid-19. A garantia foi dada por Graça Freitas numa entrevista à RTP3.
“Portugal está a equacionar a redução do período de isolamento, que está em fase de avaliação. A base é a probabilidade do que vai acontecer e o que se sabe sobre a história natural da doença: o período de incubação, transmissão e em que esta variante é mais infecciosa”, revelou a responsável.
“É com base na informação que nos vai chegando que se consegue prever um equilíbrio entre a segurança e evitar que fiquem retidas em isolamento demasiado tempo”, explicou.
Entretanto, ao início da tarde desta quinta-feira, a DGS tomou a decisão final. O período de isolamento de pessoas infetadas com covid-19 assintomáticas e dos contactos de risco vai mesmo ser encurtado para 7 dias, em vez dos 10 em vigor.
A notícia surge um dia depois da decisão tomada pela região autónoma da Madeira de diminuir o isolamento para cinco dias.
Também esta quarta-feira, em declarações à SIC, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, admitiu estarem a ser avaliados vários indicadores, como a incidência e a transmissibilidade da infeção e os internamentos.
Segundo o Expresso, a diretora-geral da Saúde revelou ainda que, face à ameaça da nova variante, está em cima da mesa uma “mudança de paradigma“.
A confirmar-se, os assintomáticos ficarão em autoisolamento e autovigilância, monitorizando os sintomas e só contactando a linha SNS24 se estes surgirem.
Segundo explicou Graça Freitas, este regime já se pratica em casos de gripe, em que os serviços só são contactados em caso de necessidade.
Casos diários podem chegar aos 50 mil
Esta quarta-feira, o país registou um novo máximo diário de novos casos. A subida de infeções coloca sob pressão os profissionais de saúde, mas ainda não há sinais de que esta tendência crescente irá abrandar nos próximos dias.
Durante a entrevista, Graça Freitas admitiu mesmo que a previsão de 37 mil casos diários avançados pela ministra da Saúde, na terça-feira, pode não ser o pico desta vaga.
De acordo com a responsável, existem previsões posteriores a 7 de janeiro em que os números diários poderão atingir os 50 mil novos casos. “Prevê-se subida exponencial rápida e descida simétrica”, disse.
A Ómicron, que surgiu nem há um mês em Portugal, fez os casos diários de covid-19 explodir e ameaça entupir o sistema de saúde. “Todos os eixos de sistema de saúde funcionam em rede e complementarmente vão dando resposta. Há aqui uma série de pilares do sistema [SNS24, testagem, médicos de família] que agora vão ter de ser abordados de outra forma”, admitiu a diretora-geral da Saúde.
“Cada uma destas variantes tem características, comportamentos e impactos diferentes nos serviços e saúde das pessoas. Temos de ter a flexibilidade para dar respostas diferentes a cada variante. Temos de ir adaptando as medidas de saúde às caraterísticas de cada variante”, completou.
Para já, “o apelo é que as pessoas que precisam menos não sobrecarreguem as linhas”.
Coronavírus / Covid-19
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