Portugal atingiu a meta de 70% das pessoas elegíveis totalmente vacinadas esta quarta-feira, revelou a ministra da Saúde, Marta Temido.
A ministra da Saúde revelou, em entrevista à SIC, que a meta de ter 70% da população residente em Portugal com a vacinação completa foi atingida esta quarta-feira, “algumas semanas antes” do previsto.
“A meta foi alcançada no dia de ontem [quarta-feira]”, disse Marta Temido, com base na informação da task force que coordena o processo de vacinação. “Conseguimos [chegar aos 70%], agora temos de continuar para o próximo passo.”
A próxima meta é atingir os 85% da população vacinada com as duas doses até ao final de setembro. “Estamos a vacinar, neste momento, muito perto de 100 mil pessoas por dia.”
Na entrevista, a governante lembrou que aliviar as medidas não depende somente da vacinação da população, pelo que atingir a meta dos 70% não significa automaticamente deixar de usar máscara na rua.
“Não é um processo automático, mas um processo em que o limiar de vacinação era condição sem a qual não poderíamos apreciar os outros indicadores”, explicou, sublinhando que o próximo passo está também dependente de indicadores como o índice de transmissibilidade R(t), a incidência cumulativa a 14 dias e a taxa de ocupação hospitalar.
O Observador escreve que estes dados serão conhecidos no relatório da monitorização das linhas vermelhas, que será publicado esta sexta-feira.
Ainda assim, Temido admitiu a realização de um Conselho de Ministros extraordinário para se decidirem que medidas vão ser implementadas ou não, depois de atingida a meta de 70% de pessoas totalmente vacinadas.
Apesar de haver um encontro agendado para a próxima semana, a reunião extraordinária pode acontecer já amanhã, sexta-feira.
Em cima da mesa poderá estar o avanço de algumas medidas previstas, como a lotação de restaurantes, espaços culturais ou determinados eventos. “Coisa diferente é o tema das máscaras“, advertiu a ministra. “A norma que está em vigor foi emanada da Assembleia da República e compete à Assembleia da República proceder a essa reapreciação.”
Também esta quinta-feira o gabinete da primeira-ministra em exercício, Mariana Vieira da Silva, veio esclarecer que a decisão tem de passar pelo Parlamento, que só volta aos trabalhos a 15 de setembro.
No início de junho, recorde-se, os deputados aprovaram o projeto-lei do PS que renovava por mais 90 dias a obrigatoriedade de usar máscara em espaços públicos e, portanto, neste momento, a lei está em vigor até 12 de setembro.
Em relação à terceira dose de reforço, a governante adiantou que Portugal vai seguir as recomendações da Agência Europeia do Medicamento (EMA). Os resultados dos ensaios clínicos com três doses deverão ser conhecidos no final deste mês.
Sobre a falha no Queimódromo do Porto, Marta Temido disse que a necessidade de revacinar pessoas é uma “hipótese remota”. “Apesar das condições poderem não ter sido as ideais, elas podem ainda estar dentro do patamar de segurança.”
O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo disse, esta quarta-feira, que o centro de vacinação da Unilabs “não tem a nossa confiança para voltar a funcionar”, na sequência da falha que fez com que 980 pessoas fossem vacinadas durante o dia 9 e a manhã do dia 10 de agosto com doses que não estiveram durante algum tempo à temperatura devida.
Em declarações ao Porto Canal, o responsável pela vacinação em Portugal afirmou que, quando o problema foi detetado, já tardiamente, houve uma demora adicional de “mais de 24 horas” até a task force ser notificada. Por isso, defendeu, a Unilabs não tem condições para continuar a trabalhar, pelo menos até ao fim do inquérito.
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