
Buscas contínuas no rio Douro pelo menor que saltou da ponte Luís I, na passada sexta-feira, terminaram.
Uma mulher, um homem e uma criança, desaparecidos, foram encontrados no espaço de horas. No Porto, as buscas pelo jovem de 17 anos que saltou da ponte para o Douro passam a ser “esporádicas”.
Aveiro, Évora, Leiria. Uma mulher, um homem e uma criança. No espaço de horas, os três corpos foram encontrados.
O corpo da mulher, de Oliveira do Bairro, que se encontrava desaparecida há cerca de duas semanas, foi localizado na zona de Mortágua, informou fonte da Polícia Judiciária (PJ).
Em comunicado, a PJ explicou que “no seguimento de intensas e ininterruptas buscas” foi localizado, ao final do dia de domingo, um corpo na zona de Mortágua, “indiciando tratar-se de uma mulher desaparecida em Oliveira do Bairro, desde o passado dia 18 de maio”.
“A PJ prossegue agora no sentido de identificar a identidade da vítima, bem como o autor do homicídio”, acrescentou.
Há cerca de duas semanas, a GNR de Aveiro tinha confirmado à agência Lusa que um homem com cerca de 50 anos e uma mulher com cerca de 70, do concelho de Oliveira do Bairro, encontravam-se desaparecidos desde o dia 19 de maio.
De acordo com a mesma fonte, no dia 19 de maio foi dado o alerta para o desaparecimento da mulher, residente no concelho de Oliveira do Bairro, distrito de Aveiro.
“Na sequência dessa situação e de algumas diligências, apurou-se que ela poderia estar com um senhor que também não conseguimos localizar. O caso acabou por passar para a alçada da Polícia Judiciária”, esclareceu.
Devido ao desaparecimento deste homem, que vivia com a mãe, “esta teve de ser colocada numa IPSS [instituição particular de solidariedade social]”.
A GNR de Aveiro disse também que, durante a madrugada do dia 23 de maio, deflagrou um incêndio num anexo da habitação do homem de 50 anos. “Houve um incêndio numa espécie de armazém, anexo à casa, onde existia lenha e alguns equipamentos agrícolas”, referiu.
Homem retirado do rio em Vendas Novas
Em Vendas Novas, no distrito de Évora, foi também encontrado o corpo do homem que estava desaparecido desde domingo. Estava nas águas de uma barragem daquele concelho, revelou fonte da Proteção Civil.
A fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Central indicou à agência Lusa que o corpo foi localizado e retirado da água às 09:27, cerca de 45 minutos após o recomeço das buscas, que depois de suspensas no domingo à noite, as operações recomeçaram esta manhã, mobilizando os Bombeiros de Vendas Novas, a Força Especial de Proteção Civil e a GNR, num total de 10 operacionais, apoiados por sete veículos e uma embarcação.
O alerta para o afogamento de dois homens nas águas do Açude do Vale das Bicas, também conhecido como barragem da Moinhola, na freguesia de Landeira, foi dado às 18:14 de domingo. O corpo do outro homem foi retirado sem vida da água no domingo à tarde.
Uma fonte do Comando Territorial de Évora da GNR disse à Lusa que os dois homens são estrangeiros e têm idades entre os 30 e os 40 anos.
Criança encontrada no areal de Pedrógão
O corpo que se suspeita ser de uma das crianças desaparecidas há uma semana na praia do Pedrógão, no concelho de Leiria, foi encontrado este domingo no areal de uma praia situada entre os concelhos de Alcobaça e Nazaré.
Num comunicado divulgado este domingo, a Autoridade Marítima Nacional (AMN) indicou que o corpo foi encontrado, ao final da tarde, no areal da praia da Falca, situada na fronteira entre os concelhos de Alcobaça e Nazaré.
O alerta foi recebido pelas 19:10, através do Centro de Coordenação de Busca e Salvamento Marítimo de Lisboa, adiantou, referindo que foram mobilizados elementos da Polícia Marítima da Nazaré, do Projeto “SeaWatch” e dos Bombeiros de Alcobaça.
À chegada ao local, segundo a AMN, as autoridades verificaram que o corpo se encontrava no areal, tendo o óbito sido declarado pelo delegado de saúde.
“Após contacto com o Ministério Público, o corpo será transportado para o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses de Leiria pelos bombeiros”, realçou.
De acordo com a Autoridade Marítima Nacional, “tudo indica” que o corpo agora encontrado é de uma das duas crianças que desapareceram no passado dia 25 de maio na praia do Pedrógão, no concelho de Leiria.
Os menores, dois irmãos de 10 e 15 anos, que se encontravam acompanhados da família, desapareceram depois de, alegadamente, estarem a banhos na Praia do Pedrógão, que ainda não se encontrava vigiada.
A presidente da União de Freguesias de Monte Redondo e Carreira, Céline Gaspar, disse, na segunda-feira, que a família, quatro menores e a avó, reside, desde janeiro, em Monte Redondo, no concelho de Leiria.
Três dos menores frequentam o Colégio Dr. Luís Pereira da Costa e outro o Centro Escolar de Monte Redondo, declarou Céline Gaspar, acrescentando que, pela informação de que dispõe, os pais são emigrantes no Canadá.
Buscas contínuas por jovem que saltou para o Douro terminam
No Porto, viveu-se uma sexta-feira atribulada, depois de um menor ter saltado do tabuleiro inferior da ponte Luís I, tendo desaparecido nas águas do Douro. Até hoje, não foi encontrado.
As buscas contínuas para tentar encontrar o jovem, de 17 anos, terminaram este domingo: a partir desta segunda-feira seguem de forma aleatória e “esporádica”, de acordo com o comandante da Capitania dos Portos do Douro e Leixões, Rui Silva Lampreia.
“A partir de amanhã [segunda-feira] vamos fazer as buscas esporadicamente e aleatoriamente, por terra e no espelho de água“, disse à Lusa o responsável, especificando que irão depender também das patrulhas feitas pela Polícia Marítima.
Este domingo as buscas para encontrar o jovem brasileiro recomeçaram pelas 08:30 e foram alargadas a Valbom, no concelho de Gondomar, desde a foz do rio Douro, com recurso a seis operacionais, duas embarcações e uma viatura que percorreu as margens por terra.
O jovem desaparecido é um rapaz de nacionalidade brasileira, aluno de uma escola secundária que se encontrava numa visita de estudo ao Porto, quando, com outros colegas, se atirou ao rio.
Segundo dois turistas alemães que testemunharam o incidente, o rapaz parecia não saber nadar e “estava a debater-se”: “ia abaixo e vinha à superfície” até ao momento “em que desapareceu”.
Susana Pinto, que vende no Cais da Ribeira, está sempre junto ao rio com vista direta para quem salta. Viu tudo. “Foi um trauma para todos nós; a gente não tira o menino da cabeça. Foi horrível, um choque muito grande”, contou ao JN.
Quando viu dois rapazes a nadar, o que não é costume à hora do almoço, achou estranha a situação.
“Vejo que o segundo começa a virar-se e a nadar para trás, e penso: o miúdo está a nadar contra a maré e ainda me fica ali. E vejo outro muito atrás, parado, a mexer os braços”. Foi então que percebeu que estava a afogar-se.
“Disse-lhe: ó filho, flutua, flutua. Era eu a chorar e a gritar por ajuda. Foi uma aflição muito grande”, recorda a vendedora local.
ZAP // Lusa