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Abdul Bashir, afegão que atacou o Centro Ismaelita em Lisboa.
Pena máxima para o não inimputável Abdul Bashir, afegão de 30 anos que matou duas mulheres em 2023 em Lisboa. “Facadas mostram sentimento de raiva e não defesa”.
O Tribunal Central Criminal de Lisboa considerou esta segunda-feira imputável o homem que confessou ter matado, em 2023, duas mulheres portuguesas no Centro Ismaili, em Lisboa, e condenou-o à pena máxima de 25 anos de prisão.
Nas alegações finais, o Ministério Público tinha defendido que Abdul Bashir, de 30 anos e refugiado em Portugal desde 2021, é inimputável e pedido que este fosse internado, e não preso, por um mínimo de três anos.
Depois de o ministério Público ter pedido o internamento do homicida, o tribunal considerou que a sua capacidade de discernimento não estava afetada no momento do crime, e culpou-o ainda de posse de arma proibida e crimes de resistência e coação.
“Na prática dos factos o arguido não estava condicionado por doença grave. Teve consciência dos facto”, disse a juíza, esta segunda-feira, citada pela Renascença: “não foi sem lógica que se dirigiu ao gabinete onde estavam as vítimas”.
“Facadas desferidas nas vítimas mostram sentimento de raiva e não defesa“, aponta a decisão, em referência às 43 facadas que o criminoso desferiu sobre as vítimas.
Abdul Bashir, que já tinha confessado o crime, tinha dito no entanto que agiu em legítima defesa e que conspiravam para o matar, sem qualquer indícios que o comprovassem.
O “banho de sangue” no Centro Ismaili
O crime remonta a 28 de março de 2023 e as vítimas foram duas mulheres, de 24 e 49 anos, que trabalhavam no serviço de apoio aos refugiados do Centro Ismaili. O estudante, que estava inserido num programa de ajuda a refugiados , saiu de casa nesse dia e foi ao Centro ismaelita, onde tinha uma aula de Português.
Consigo levava os documentos, as chaves, telemóveis e uma faca de cozinha com uma lâmina de cerca de 14 centímetros, embrulhada em guardanapos, que transportava há três meses na sua mochila.
De acordo com a acusação do MP — que avisou que o homicida podia voltar a matar —, deu-se, de seguida, um banho de sangue.
Foi precisamente dentro de uma sala de aula, onde estava a assistir a uma aula de Português, que a agressão começou. O homem começou por atacar o professor, mas outras pessoas ao aperceberem-se do que se estava a passar, conseguiram travar o esfaqueamento. Bashir passou depois para a área social do centro, tendo atacado duas funcionárias, que acabaram por morrer.
Segundo apurou o Correio da Manhã no ano passado, o homicida era já procurado na Grécia, onde terá incendiado, em dezembro de 2019, com recurso a uma botija de gás, a casa onde vivia o casal com os três filhos menores e matado, assim, a mulher.
Abdul Bashir junta-se assim a um exclusivo leque de condenados à pena máxima em Portugal. Em março do ano passado, um cidadão alemão foi condenado a 25 anos de prisão pelo homicídio qualificado de dois homens, profanação de cadáver e posse de arma proibida por crimes que ocorreram em 2022, na ilha do Pico, nos Açores.
Um dos mais conhecidos condenados à pena máxima é Pedro Dias, o homicida de Aguiar da Beira, que foi condenado aos 25 anos por vários crimes cometidos em outubro de 2016, incluindo três homicídios qualificados (dois civis e um militar da GNR), tentativa de homicídio, sequestro, furto e posse de arma proibida. A soma das penas parcelares ultrapassava os 100 anos, mas o cúmulo jurídico limitou a pena a 25 anos.
ZAP // Lusa
Nada devolve a paz nem o descanso às familias das vitimas, mas pelo menos este crime monstruoso não passou em branco, este tipo realmente atuou com uma frieza extrema e não matou ou feriu mais gente porque foi travado a tempo, a pena máxima em Portugal é de 25 anos, mas ele merecia a prisão perpétua sem direito a precárias ou liberdade condicional , ao matar desta maneira destruiu alem dos sonhos de 2 familias e de magoar muitos amigos das vitimas, hipotecou o futuro dos filhos (ao que parece isso já tinha começado antes ao assassinar a mãe deles), que as familias das vitimas sintam agora algum conforto.
E vai ser expulso ou vai ficar aqui a gozar à boa vida?
Se fosse expulso não cumpriria a pena de prisão a que foi condenando. Suponho que não seja isso que prentende…
Pena de prisão, essa terá eventualmente um fim, seja aos 12, 20 ou 25 anos. Interessa saber se estes casos terminam mesmo com a expulsão destes indivíduos. Tal como deveriam ter que trabalhar no duro enquanto estão presos, pois a sua estada tem custos para o albergar.
25 anos é pouco tempo….
O chega tem razão. Mata um leva 25, dois, prisão perpetua. Só assim aprendiam.