Assediou princesa e pode voltar a matar. Homicida do Centro Ismaili julgado por 11 crimes

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(cv)

Abdul Bashir, afegão que atacou o Centro Ismaelita em Lisboa.

Terá matado a mulher na Grécia e enganado as autoridades com retificação do seu apelido e data de nascimento antes do banho de sangue no centro ismaelita, em Lisboa. MP quer que Abdul Bashir seja internado.

Abdul Bashir, o homem que matou duas mulheres no centro Ismaili, em Lisboa, está acusado de um total de 11 crimes. Vai ser julgado por dois crimes de homicídio qualificado agravado, seis de homicídio agravado na forma tentada, dois de resistência e coação e um crime de posse de arma proibida.

Além do ataque no Centro ismaelita, o afegão também é acusado de ter matado a mulher na Turquia, antes de entrar em Portugal.

O Ministério Público pede que Abdul Bashir seja internado. Os peritos dizem que o indivíduo sofre de esquizofrenia e que tem personalidade “narcisismo maligna”. Pode voltar a matar, garante o MP.

O “banho de sangue” no Centro Ismaili

O estudante, que estava inserido num programa de ajuda a refugiados , saiu de casa a 28 de março de 2023 e foi ao Centro ismaelita, onde tinha uma aula de Português.

Levava os documentos, as chaves, telemóveis e uma faca de cozinha com uma lâmina de cerca de 14 centímetros, embrulhada em guardanapos, que transportava há três meses na sua mochila.

De acordo com a acusação do MP, deu-se, de seguida, um banho de sangue.

Foi precisamente dentro de uma sala de aula, onde estava a assistir a uma aula de Português, que a agressão começou. O homem começou por atacar o professor, mas outras pessoas ao aperceberem-se do que se estava a passar, conseguiram travar o esfaqueamento. Bashir passou depois para a área social do centro, tendo atacado duas funcionárias, que acabaram por morrer.

Emails enviados a princesa

Um mês depois de chegar a Portugal, o homicida começou a enviar mensagens a uma das vítimas, a coordenadora do programa que ajudava Abdul. Segundo apurou o Correio da Manhã, queixava-se de tudo, nomeadamente da vida que levava em Portugal.

Mais tarde, declarou o seu amor à vítima, que não foi correspondido.

Depois, começou a estabelecer contacto com Zahra Aga Khan, filha do príncipe Aga Khan IV, que pertence à fundação da família.

As mensagens eram de pedidos de ajuda, mas continham também símbolos de corações, flores, beijos e a confissão de que andava com armas brancas para proteção. Um dos emails continha mesmo uma fotografia sua, acompanhado de cinco facas.

As contas de email de onde Abdul enviava as mensagens de assédio foram bloqueadas pelos serviços da princesa, diz o MP.

Matou a mulher na Grécia

É procurado na Grécia, onde terá incendiado, em dezembro de 2019, com recurso a uma botija de gás, a casa onde vivia o casal com os três filhos menores e matado, assim, a mulher.

Terá impedido o vizinho de extinguir as chamas e pediu, agora sem habitação, transferência para outra região grega, para si e para os seus três filhos.

Mudança de nome antes de vir para Portugal

Ainda no mês da morte da mulher, Abdul terá pedido, com os filhos, retificação do seu apelido e data de nascimento. Já com uma identidade diferente, veio para Portugal, fugido à justiça grega.

Mandado de captura tardio

Seria só no dia a seguir aos ataques terroristas no Centro Ismaili que as autoridades gregas perceberiam o erro que cometeram, e voltaram a retificar os mandados.

ZAP //

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