Kremlin

Putin e Trump em Hamburgo (Alemanha) em 2017.
Rússia ganha espaço, Ocidente fica fragmentado, Ucrânia marginalizada. Presença de Zelenskyy é incógnita.
15 de Agosto de 2025: o dia em que os presidentes de EUA e Rússia vão voltar a encontrar-se. Donald Trump anunciou na semana passada que vai estar com Vladimir Putin.
O “tão aguardado encontro” vai ser realizado no Alasca. Será a primeira reunião entre os líderes dos governos dos Estados Unidos e Rússia desde 2021; na altura, foi Joe Biden a encontrar-se com Putin, na Suíça.
O presidente da Rússia vai “fintar” o mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), como refere o Público. Ao ir para os EUA pelo Estreito de Bering, não vai passar por mais nenhum país – e os EUA não reconhecem a jurisdição do TPI, por isso não haverá qualquer violação por parte de Putin.
Ainda não foram divulgados detalhes sobre o encontro – que será certamente focado na tentativa de alcançar um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Volodymyr Zelenskyy não foi mencionado no anúncio de Donald Trump. Mas, segundo a NBC, a Casa Branca está a pensar convidar o presidente da Ucrânia para essa reunião. Se se confirmar, quem não deve aparecer é Vladimir Putin, que não reconhece Zelenskyy como presidente da Ucrânia.
Entretanto, Friedrich Merz convidou Trump e Zelenskyy para uma reunião a ser realizada já nesta quarta-feira, dois dias antes do encontro entre Trump e Putin. O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, também foi convidado pelo chanceler da Alemanha. A prioridade será discutir “outras opções de ação para pressionar a Rússia”, bem como em “preparações para possíveis negociações de paz e questões relacionadas a reivindicações territoriais e segurança”.
Os riscos
O encontro entre Trump e Putin traz três riscos, segundo Felipe Pathé Duarte.
O primeiro é criar espaço e tempo para que a Rússia adie sanções – Putin tentará que Trump recue nas suas ameaças sobre as tarifas extra sobre petróleo russo; a Rússia consolida ganhos no terreno, na Ucrânia; e a relação entre EUA e Rússia pode melhorar, com vantagens para o Kremlin.
O segundo risco, continua o comentador da RTP, é a fragmentação no Ocidente – União Europeia e Reino Unido nem sequer foram mencionados no anúncio do presidente dos EUA. E qualquer acordo que possa ser anunciado depois dessa reunião vai ser mais pró-Rússia do que pró-Ucrânia.
O terceiro risco é a marginalização da Ucrânia – os EUA estarão inclinados para a cedência de territórios por parte da Ucrânia, para terminar com a guerra (algo que Zelenskyy não aceita).
Felipe acredita que a reunião pode acabar com um anúncio de cessar-fogo limitado – novamente para a Rússia ganhar vantagem nas batalhas – mas um acordo de paz abrangente será altamente improvável.
Guerra na Ucrânia
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11 Agosto, 2025 Encontro Trump-Putin traz três riscos