Ernesto Guzman Jr / EPA

Manifestação por Miguel Uribe, senador e candidato presidencial colombiano assassinado por adolescente
O senador colombiano e candidato à presidência Miguel Uribe Turbay, gravemente ferido na cabeça num atentado a 7 de junho, morreu esta segunda-feira em Bogotá, anunciou a mulher, María Claudia Tarazona, nas redes sociais.
“Descansa em paz, amor da minha vida, eu cuidarei dos nossos filhos”, escreveu Tarazona na mensagem, citada pela agência de notícias espanhola EFE.
Uribe Turbay, 39 anos, senador pelo partido Centro Democrático (direita), estava internado na clínica Fundación Santa Fe, em Bogotá, desde o dia do atentado.
O político foi submetido a várias cirurgias, mas nunca saiu do estado crítico, que se agravou no sábado, segundo a clínica.
Uribe Turbay foi atingido com dois tiros na cabeça e um na perna esquerda quando participava num comício num parque do bairro de Modelia, em Bogotá.
O político tinha anunciado a candidatura às presidenciais de maio de 2026 pelo Centro Democrático, o partido fundado pelo antigo presidente Álvaro Uribe, de quem não é familiar.
Quando tinha apenas 5 anos de idade, a mãe do senador, a jornalista e apresentadora de TV Diana Turbay, foi sequestrada e morta pelo grupo de narcotraficantes de cunho paramilitar liderado por Pablo Escobar, que tentava impedir o tratado de extradição da Colômbia com os Estados Unidos.
Um adolescente de 15 anos foi detido no local e, desde então, as autoridades detiveram outros suspeitos, que foram acusados de tentativa de homicídio e de posse ilegal de arma, embora nenhum deles tenha admitido os crimes.
O governo ofereceu 630 mil euros por informações que conduzam aos verdadeiros mandantes do atentado.
O ataque reacendeu o receio de que a Colômbia esteja a regressar à violência dos anos de 1980 e 1990, quando os assassinatos políticos e os atentados à bomba eram comuns.
“Hoje, é um dia triste para o país”, declarou a vice-presidente da Colômbia, Francia Márquez, citada pela agência France-Presse.
“A violência não pode continuar a marcar o nosso destino. A democracia não se constrói com balas ou sangue, constrói-se com respeito e diálogo”, acrescentou, num apelo à unidade nacional contra a violência.
Álvaro Uribe, que foi presidente da Colômbia entre 2002 e 2010, lamentou a morte do candidato do partido que fundou. “O mal destrói tudo, mataram a esperança. Que a luta de Miguel seja uma luz que ilumine o caminho certo para a Colômbia”, afirmou.
A morte de Uribe Turbay também foi condenada pelo chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, que pediu que os responsáveis sejam levados à justiça.
“Os Estados Unidos estão solidários com a família, o povo colombiano, tanto no luto como no apelo à justiça para os responsáveis” pela morte de Miguel Uribe Turbay, escreveu Rubio nas redes sociais, segundo a AFP.
ZAP // Lusa