Qual Estado da Palestina? Netanyahu ri-se dos europeus – e anuncia ofensiva contra a cidade de Gaza

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Abir Sultan / EPA

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Será “muito em breve”, avisa o primeiro-ministro de Israel, que assegura que o plano não tem como objetivo ocupar Gaza.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou neste domingo que Israel vai lançar “muito em breve” uma ofensiva contra a cidade de Gaza e os campos de refugiados que considera bastiões do Hamas, afirmando que esse plano “não visa ocupar Gaza”.

Benjamin Netanyahu disse que este novo plano de Israel é a “melhor forma de pôr fim à guerra” que se prolonga há 22 meses em território palestiniano, indicando que a ideia de conquistar a cidade de Gaza “não visa ocupar Gaza”.

“Concluímos grande parte do trabalho hoje. Temos cerca de 70% a 75% de Gaza sob controlo militar israelita”, disse o primeiro-ministro de Israel, numa conferência de imprensa em Jerusalém.

Netanyahu disse que ainda faltam dois bastiões do grupo islamita do Hamas na Faixa de Gaza, nomeadamente a cidade de Gaza e os campos de refugiados no centro e sul do enclave (conhecidos como a zona de Mawasi).

Não temos outra opção para terminar o trabalho”, apontou.

O pré-requisito para o lançamento da ofensiva é, segundo Benjamin Netanyahu, a criação de “zonas de segurança”, cujas localizações não especificou, para as quais a população será deslocada e nas quais Israel garante que receberão “comida, água e assistência médica”.

No início de julho, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que estas áreas poderiam constituir “campos de concentração”.

De acordo com o plano aprovado na sexta-feira pelo gabinete de segurança de Israel, o exército “está a preparar-se para assumir o controlo da cidade de Gaza”, amplamente destruída na parte norte do território, “enquanto distribui ajuda humanitária” fora das zonas de combate.

“Queremos acabar com a guerra”

O novo plano “não visa ocupar Gaza, mas sim desmilitarizá-la”, reforçou Netanyahu.

“Será estabelecida uma zona de segurança na fronteira de Gaza com Israel para evitar futuras incursões terroristas. Será estabelecida uma administração civil em Gaza, procurando viver em paz com Israel. Este é o nosso plano para o dia seguinte ao Hamas”, explicou.

Netanyahu resumiu o plano de Israel: “Primeiro, desarmar o Hamas. Segundo, todos os reféns serão libertados. Terceiro, Gaza será desmilitarizada. Quarto, Israel exercerá o controlo de segurança primordial. E quinto, uma administração civil pacífica e não israelita. (…) É isso que queremos ver em Gaza.”

Benjamin Netanyahyu afirmou que Israel vencerá “com ou sem apoios” de outros países a guerra na Faixa de Gaza e anunciou o reforço dos pontos de distribuição de ajuda humanitária no enclave palestiniano.

O líder israelita confirmou o plano de ocupação da Cidade de Gaza, amplamente criticado internacionalmente, e anunciou a expansão das operações militares aos campos de refugiados na costa central do enclave palestiniano.

“Estamos a falar em termos de um prazo bastante curto porque queremos acabar com a guerra. (…) Venceremos a guerra, com ou sem o apoio de outros”, declarou Netanyahu.

Estado da Palestina

O primeiro-ministro de Israel comentou que é “vergonhoso” que os países europeus, ou a Austrália (que entretanto anunciou que vai reconhecer Estado da Palestina em setembro), “estejam a cair na conversa” de que a solução para a guerra é o reconhecimento de um Estado da Palestina.

Aliás, começou a rir-se em frente aos jornalistas quando falou sobre este assunto: “O Hamas tinha um Estado de facto [em Gaza] e o que fizeram foi trazer a guerra”.

“O problema não é os palestinianos não terem um Estado – é a sua permanente recusa em aceitar Israel”.

Os palestinianos não querem criar um Estado, querem destruir um Estado. É um desafio à imaginação ver como pessoas inteligentes no mundo, como diplomatas experientes, líderes políticos e jornalistas, caem nisto”, atirou Netanyahu.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Mas já existe um estado da Palestina desde 1948, foi feito dois estados um em que todos podem viver e outro islâmico em que todos judeus foram expulsos e os israelitas não podem entrar. E agora a UE quer criar um terceiro ou melhor apagar do mapa o Estado judeu/ israelita e criar um Estado novo em cima de 11 milhões de corpos. É isto que pedem quando gritam do Mar até ao Rio a Palestina será libertada…. genocida e altamente extrema direita

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