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Polícia usa gás pimenta contra os lesados do BES

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Mário Cruz / Lusa

Lesados do BES em confrontos com a polícia num protesto em frente à sede do Novo Banco

Um grupo de lesados do papel comercial do Banco Espírito Santo (BES) voltou a protestar, nesta quarta-feira, junto à sede do Novo Banco em Lisboa. Houve confrontos com a polícia que recorreu a gás pimenta para dispersar os manifestantes.

O protesto foi convocado pela Associação dos Indignados e Enganados do Papel Comercial do BES (AIEPC) e motivou o corte de trânsito na rua que circunda a sede do Novo Banco na capital.

Os manifestantes usavam apitos, tambores e cartazes, onde se podia ler “Novo Banco – o ladrão das minhas poupanças” e “Desistir nunca”.

Na zona do protesto há um forte dispositivo policial com várias carrinhas da PSP.

O advogado que representa a AIEPC interpôs este verão uma providência cautelar contra o Banco de Portugal e o Fundo de Resolução, na qual os clientes exigem que o banco central informe o comprador do Novo Banco do montante de papel comercial devido aos cerca de 2.500 subscritores, que ronda os 530 milhões de euros, ou seja, que inclua esse montante como uma imparidade nas contas da instituição financeira.

A 03 de agosto do ano passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado ‘banco mau’ (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição, que foi designado Novo Banco.

No início do mês, o Banco de Portugal anunciou que terminou sem acordo o período de negociação com o potencial comprador do Novo Banco, apontado pela imprensa como sendo a chinesa Anbang. A imprensa noticia entretanto que o supervisor vai agora negociar com o outro concorrente chinês, a Fosun, mantendo-se ainda uma terceira proposta vinculativa válida, a dos norte-americanos da Apollo.

Na altura, o advogado de lesados do BES disse que os seus clientes estão satisfeitos com a possibilidade de a Fosun liquidar parcialmente o investimento, caso compre o Novo Banco, mas garantiu que continuarão em tribunal até recuperarem todo o dinheiro.

ZAP / Lusa

7 Comments

  1. Será que não houve nenhum polícia a ficar sem as suas poupanças?!
    E porque raio o Estado, que dá de mão beijada dinheiro as estes banqueiros parasitas da sociedade (p.ex.BPN) e às pessoas que perderam as poupanças de uma vida, dá ZERO?!
    Reclamam e com muita razão! Depois admiram-se que as pessoas percam a cabeça… Coitadas, não queria estar no lugar delas.

    • Ambos particulares, comerciais, o BPN foi nacionalizado para proteger o eventual efeito dominó (e certa gama de clientes) e o Bes foi “aproveitado” através do fundo interbancário dito de resolução do qual, parte dos bancos ainda não devolveram o 4 Mil Milhões e tal que o estado lhes emprestou para o tal fundo… O resto foi puro risco e actividade criminosa o que para isso, existem os tribunais dado tratar-se de actividade privada. Mais, qualquer crime só o é depois de descoberto. Até lá. o criminoso desconhecido além dos próprios familiares pode enganar instituições, o regulador, PR, PM e os próprios clientes “profissionais” quanto mais os pequenos… Parece que só falta o Regulador, a CMVM, o Presidente da Rep. o Primeiro Ministro, os auditores enrolados em tramas criminosas serem presos e responsabilizados por conta dos verdadeiros criminosos…
      Seria o mesmo que, numa planície alentejana, um GNR mandar parar um gajo de fato e gravata montado num topo de gama com reluzentes cachuchos nos dedos, nada havendo a apontar, o deixasse seguir e posteriormente vir a verificar-se que o tão bem montado apropriou-se de milhares por contos do vigário e o tal GNR vir a ser acusado pela populaça de não o ter impedido… E por isso “linchado”.

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