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Orçamento não reflete “trabalho notável” dos profissionais de saúde, diz bastonário

Miguel Guimarães / Facebook

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, considera que a proposta de Orçamento do Estado para 2021 não corresponde às “expectativas dos profissionais de saúde e dos portugueses” nem investe no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Miguel Guimarães aproveitou para manifestar as suas preocupações em relação ao documento numa audiência esta terça-feira, em Belém. O bastonário da Ordem dos Médico referiu que a proposta de Orçamento do Estado para 2021 não inclui nenhuma referência às carreiras dos médicos.

“Não há nada que se refira às carreiras dos vários profissionais, nomeadamente à carreira médica, uma falha grave na nossa opinião neste Orçamento do Estado, entre muitas outras que poderiam desde já ser incluídas e estarem referidas no OE, como, por exemplo, considerar a profissão de médico uma profissão de risco e de desgaste rápido”, afirmou Miguel Guimarães, citado pelo Expresso.

O responsável apontou ainda que o subsídio de risco previsto para todos os médicos e enfermeiros que estão na linha da frente no combate à pandemia é insuficiente e que este era o “momento certo” para valorizar os profissionais de saúde.

“Este era o momento certo. Em vez de estarem com incentivos para as pessoas que estão na linha da frente, que nós não sabemos bem quem está na linha da frente e quem está na retaguarda. Neste momento todos os profissionais de Saúde fazem o seu papel da melhor maneira possível, uns a fazer uma determinada função, outros a fazer outra função. Mas todos a tratar dos doentes, a tratar dos portugueses”, acrescentou.

Para Miguel Guimarães, “os profissionais de Saúde fizeram um trabalho notável durante esta pandemia, estão neste momento a fazer um trabalho notável, vão continuar a fazer porque nunca vão desistir”. “Colocam sempre os doentes em primeiro lugar e isso não transparece neste Orçamento do Estado.”

No encontro com o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, falou-se também da gripe sazonal, que Miguel Guimarães disse que acredita que não terá o impacto de outras alturas, do plano outono-inverno, que “é um conjunto de ideias mas sem nenhuma operacionalização”, e de a Ordem dos Médicos não querer que “os doentes fiquem novamente para trás”.

Miguel Guimarães disse ainda que se falou com Marcelo Rebelo de Sousa do pouco tempo que têm para os doentes os médicos de família, da necessidade de os lares serem melhor protegidos, com equipas específicas, ou da necessidade de se ouvirem os profissionais que estão no terreno.

Aos jornalistas o bastonário disse que se falou ainda sobre recolhimento obrigatório, mas acrescentou que neste momento o importante “é as pessoas cumprirem as regras”, tratar dos doentes e comunicar de forma mais eficaz.

“Neste momento o que é importante é sabermos identificar onde é que acontecem a maior parte das infeções”, e “percebermos que as mascaras são muito importantes”, disse Miguel Guimarães, salientando que é também muito importante que sejam divulgados os mapas de risco locais, que não são divulgados mas que é uma informação “crucial”, porque um concelho pode ter muitas infeções e as pessoas não saberem.

ZAP // Lusa

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