Depois de meses de expetativa, o primeiro-ministro decidiu retirar duas peças nucleares do Governo e colocá-las na linha da frente das próximas eleições, arriscando uma remodelação a poucos meses das legislativas.
Com a saída do já anunciado candidato Pedro Marques, a pasta das Infraestruturas e Planeamento é passada a dois ministros: Infraestruturas (e Habitação, que transita do Ambiente) para Pedro Nuno Santos e Planeamento, com enfoque na gestão dos Fundos Comunitários, para Nelson de Souza.
A saída de Maria Manuel Leitão Marques também se confirma, o que significa que a até agora ministra da Presidência e da Modernização Administrativa vai mesmo seguir nas listas a Bruxelas. Para o seu lugar, a escolha de Costa é Mariana Vieira da Silva.
Para a substituir a ela e a Pedro Nuno Santos, Costa foi buscar o número dois da Câmara Municipal de Lisboa, Duarte Cordeiro.
Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, será promovido a ministro com a tutela das Infraestruturas e Habitação. No último congresso, o antigo líder da JS concentrou os holofotes, defendeu uma viragem à esquerda e posicionou-se como candidato à sucessão. A ousadia mereceu reprovação e um arrefecimento temporário da relação com Costa – mas não durou muito.
A saída de Pedro Marques para a campanha das eleições europeias promove a ascensão não apenas de Pedro Nuno Santos, mas também de Nelson de Souza, o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão ficará com tutela dos fundos comunitários. Próximo de Vieira da Silva e Ferro Rodrigues, foi secretário de Estado nos governos de António Guterres e diretor municipal de finanças de Costa na Câmara de Lisboa.
O número dois de Fernando Medina está de saída da Câmara de Lisboa. Duarte Cordeiro sucede a Pedro Nuno Santos na secretaria de Estado dos Assuntos Parlamentares.
A atual secretária de Estado adjunta do primeiro-ministro passa a ocupar a vaga deixada em aberto por Maria Manuel Leitão Marques no Ministério da Presidência e Modernização Administrativa. Sendo uma figura dos bastidores, era a sombra do primeiro-ministro no Governo.
António Costa foi mais além e antecipou já uma alteração orgânica do executivo socialista, que aponta já para um próximo executivo, no pressuposto do PS voltar a formar governo, com uma eventual maioria de esquerda no Parlamento.
Os nomes foram aprovados pela Presidência da República e a tomada de posse está marcada para segunda-feira, às 15h00.
No site da Presidência indicam-se os novos ministros de António Costa:
- Mariana Guimarães Vieira da Silva, Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa.
- Ângelo Nelson Rosário de Souza, Ministro do Planeamento.
- Pedro Nuno de Oliveira Santos, Ministro das Infraestruturas e da Habitação
Também os novos Secretários de Estado estão listados na página da Presidência do Governo:
- José Duarte Piteira Rica Silvestre Cordeiro, Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro e dos Assuntos Parlamentares (Primeiro-Ministro)
- Tiago Barreto Caldeira Antunes, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros (Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa)
- Luís Filipe Loureiro Goes Pinheiro, Secretário de Estado Adjunto e da Modernização Administrativa (Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa)
- Rosa Filomena Brás Lopes Monteiro, Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade (Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa)
- Maria do Céu de Oliveira Antunes Albuquerque, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional (Ministro do Planeamento)
- Jorge Moreno Delgado, Secretário de Estado das Infraestruturas (Ministro das Infraestruturas e da Habitação)
- Alberto Afonso Souto de Miranda, Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações (Ministro das Infraestruturas e da Habitação)
- Ana Cláudia da Costa Pinho, Secretária de Estado da Habitação (Ministro das Infraestruturas e da Habitação)
Pesquisem os currículos destes senhores e senhora. São de facto gente capaz. Gente que já demonstrou bem na vida que sem partido são uns autênticos zeros à esquerda. Enfim, cada vez mais penso que a política está para os desgraçados, porque ao contrário de George Orwell, acho que já nem os porcos a querem.