Durante a vista à Madeira, o Presidente da República não gostou de ouvir dizer que houve vários contactos entre Belém e o diretor da Polícia Judiciária Militar (PJM) sobre o alegado encobrimento no roubo das armas de Tancos. Marcelo Rebelo de Sousa foi perentório: “Se pensam que me calam, não me calam”.
Em declarações ao jornal Público, Marcelo reagia assim à “especulação política” e, em especial ao programa Sexta às Nove, da RTP, no qual se deduzia que o Presidente teria conhecido da alegada operação, uma vez que dava como certo que o antigo diretor da PJM tinha feito “vários contactos com o ex-chefe da Casa Militar da Presidência da República”, o general João Cordeiro, “antes e depois da recuperação das armas”.
“Estranho que quem me queira atribuir o que quer que seja o tenha feito sem me ouvir previamente. É o mínimo para qualquer cidadão”, considerou ainda o Presidente, acrescentando ainda ao matutino que “nunca” falou com o diretor da PJM.
“Se eu soubesse o que se tinha passado, não passava a vida a exigir o esclarecimento. Era muito simples. Se eu tivesse sabido desde o dia 2 de Julho e depois ao longo do processo que se tinha passado, para quê estar a insistir num esclarecimento, como insisto hoje?”, sustentou Marcelo, deixando ainda a garantia de que vai continuar a insistir “contra tudo e contra todos” em prol da verdade.
Em declarações aos jornalistas, no final de um debate com alunos na escola secundária Jaime Moniz, no Funchal, o chefe de Estado lembrou que o anterior chefe da Casa Militar, João Cordeiro, já esclareceu não ter sabido “o que quer que fosse” sobre o memorando escrito pelo ex-porta-voz da PJM, o major Vasco Brazão.
Esclarecendo ainda que “não houve da parte militar da Presidência da República nunca conhecimento daquilo que surgiu como sendo encobrimento e agora já não é encobrimento”, frisou ainda.
“Podem insistir uma, duas, dez, 20 vezes: se há quem, dia após dia, contra tudo e todos, tem insistido para se apurasse a verdade, foi o Presidente da República”, salientou.
Assalto em Tancos
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