O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou o líder do PSD, Rui Rio, pela apresentação do programa de recuperação económica.
Marcelo Rebelo de Sousa e Rui Rio almoçaram, esta sexta-feira, num restaurante em frente ao Tejo, em Lisboa, por iniciativa do Presidente da República. “O senhor Presidente teve a iniciativa de me convidar para almoçar e aqui estou com todo o gosto”, disse Rui Rio à Lusa.
O Presidente sublinhou que o seu anterior almoço com Rui Rio, há duas semanas, em Ovar, no distrito de Aveiro, “foi coletivo, foi colegial”. “Neste estamos só os dois, portanto, estamos mais à vontade para falar. Da outra vez, falámos de muitas coisas muito interessantes, mas não deu para falar de tudo”, justificou.
Antes do almoço, e questionado sobre os temas na agenda, Marcelo respondeu: “Vamos falar de pandemia, vamos falar de situação económica e social do país, do curtíssimo prazo, curto prazo, médio prazo”.
O Presidente assinalou que “a legislatura ainda começou há pouco tempo, com a pandemia perdeu-se a noção disso, mas ainda não passou um ano de legislatura“. “E depois vamos falar da Europa, que é fundamental, vamos falar do mundo. Enfim, de tudo aquilo que fizer sentido falar, da situação política, económica, social, portuguesa e internacional.”
Marcelo acompanha “com maior atenção” posição do PSD
Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que acompanha “com maior atenção” aquilo que é transmitido sobre a posição do PSD quanto a uma eventual recandidatura sua à Presidência da República, por ser o partido a que pertence.
Questionado sobre a promessa feita por Rui Rio em entrevista à TSF de que o PSD tomará “uma posição pública” sobre uma recandidatura sua logo “no dia a seguir” a esta anunciada, Marcelo começou por responder que não se pronuncia sobre esta matéria.
“Mas acompanho com muita atenção aquilo que é dito. E dito pelo líder da oposição e líder do partido ao qual pertenci e pertenço desde a fundação, isso, naturalmente acompanho com maior atenção”, acrescentou, sorrindo, com Rui Rio ao seu lado.
Em entrevista à TSF, divulgada esta sexta-feira, Rio disse que “obviamente o mais provável” será o apoio do PSD a uma recandidatura do atual Presidente da República, e afastou a possibilidade de o partido “não ter posição e dar liberdade de voto” em relação às presidenciais.
Marcelo felicita PSD
“Aproveito, aliás, esta ocasião para felicitar o líder da oposição e o PSD pelo plano que apresentou para o país, porque, num momento em que nós ainda estamos a discutir um plano de estabilização até ao fim do ano, o PSD avançou com um plano a médio prazo”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.
Segundo o chefe de Estado, o programa de recuperação económica apresentado pelo PSD na quarta-feira constitui “uma perspetiva nova” neste período de pandemia de covid-19, em que se tem estado “em cima da hora a resolver os problemas do momento”.
“A primeira proposta de médio prazo que aparece é a do PSD”, considerou, referindo que o seu alcance vai “para além do Orçamento [do Estado] para 2021 e para 2022, com uma política económica e financeira global a pensar no futuro a prazo de Portugal, e muito aberta”.
“Foi elaborada num esforço coletivo, e com uma participação muito ampla. É aberta porque está aberta ao diálogo, não é para ser um projeto fechado. O que o PSD propõe para o país é um projeto aberto para discutir com os outros partidos, quer com o partido do Governo, quer os outros partidos com assento parlamentar”, salientou.
Questionados sobre o programa de estabilização económica e social aprovado em Conselho de Ministros e apresentado na quinta-feira, nem o presidente do PSD nem o Presidente da República quiseram comentar o seu conteúdo.
Enquanto que Rio alegou não ter tido ainda “oportunidade de o ver com o detalhe necessário para poder falar”, o Presidente fez saber que o Governo lhe apresentou “umas linhas gerais na véspera da aprovação no Conselho de Ministros”, mas disse que “seria prematuro” estar a comentar.
Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou apenas que se trata de “um quadro de urgência, de curtíssimo prazo” e que implicará “uma série de iniciativas que passarão pelo parlamento e depois irão às mãos do Presidente”.
ZAP // Lusa