Badfinger, uma tragédia no rock’n’roll

Reprodução / Apple Records

Badfinger: Molland, Evans, Ham, Gibbins

O grupo chegou a ser conhecido como “os próximos Beatles” mas o quarteto não acabou nada bem.

Mike Gibbins, Pete Ham, Tom Evans e Joey Molland. Uma banda de rock criada na década 1960. Os quatro britânicos, dois deles até nasceram em Liverpool.

Assim eram os Badfinger, uma das bandas de rock mais promissoras daquela época. Chegaram a ser classificados como os “próximos Beatles”. Mas não foi isso que aconteceu.

Quando ainda se chamavam The Iveys, conseguiram chegar aos ouvidos de Paul McCartney e gravaram depois cinco álbuns com a Apple Records, criada pelos The Beatles. Aliás, foi a primeira banda a assinar contrato com a Apple.

Foi precisamente Paul McCartney que escreveu o primeiro sucesso mundial dos Badfinger: Come and get it. Depois surgiram No matther what, ou Day after day (com George Harrison na produção) e Baby blue.

Quatro êxitos seguidos, em diversos países. Era o início de uma grande carreira? Não.

Pete Ham, guitarrista e criador de sucessos como Without you, criou melodias apreciadas por muita gente, que ficou apaixonada pelas suas canções.

Era um músico talentoso. Na verdade era o centro do grupo, o principal “motor”.

Mas os problemas começaram no final de 1971, lembra o The Independent. Problemas com a Apple (saída para a Warner Bros.), um erro na contratação do empresário Stan Polley.

Stan Polley era um criminoso. Entre a lista de clientes que foram alvos das suas fraudes, o principal foi mesmo os Badfinger. Quando conseguiu o contrato com a Warner Bros., os adiantamentos seguiram para uma contra do empresário. A Warner não conseguiu localizar o dinheiro, o caso seguiu para tribunal – um processo judicial que prejudicou financeiramente os Badfinger.

Stan Polley acabaria por se declarar culpado: apropriação indevida de fundos e branqueamento de capitais. Cortava no dinheiro para os membros da banda, prometia equipamentos e maior divulgação no futuro – enquanto ficava com o dinheiro.

E aqui começa a queda.

Com problemas financeiros evidentes, e depois de o empresário ter fugido com o dinheiro, Pete Ham cometeu suicídio. Enforcou-se num estúdio numa garagem, em 1975.

Deixou uma mensagem clara: culpava directamente Stan Polley pela sua ruína. A mensagem era para a sua namorada, que estava grávida.

Os Badfinger acabavam ali. Mais à frente ainda houve uma tentativa de regresso, mas as novas canções não tiveram o sucesso desejado, houve mais um contrato desastroso, houve novos desentendimentos entre Tom Evans e Joey Molland, e acabariam por seguir caminhos diferentes.

Oito anos depois da morte de Pete Ham, em 1983 outro membro dos Badfinger, Tom Evans, também cometeu suicídio. Também se enforcou, mas no quintal da sua casa. Foi o filho que o encontrou morto.

O suicídio foi cometido horas depois de uma discussão forte, ao telefone, com Joey Molland, ex-companheiro na banda.

Mike Gibbins morreu em 2005, vítima de aneurisma cerebral enquanto dormia.

Joey Molland morreu já neste ano, a 1 de Março de 2025. Tinha diversos problemas de saúde e tinha sido operado várias vezes nos últimos meses.

Pete Ham não é um dos elementos mais mediáticos, mas também pertence ao “Clube dos 27”. Sim, um músico famoso que morreu aos 27 anos.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.