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Marcelo começou a receber partidos. “Recuperação socioeconómica” é preocupação comum

António Cotrim / Lusa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebe uma delegação do Iniciativa Liberal (IL) liderada por João Cotrim de Figueiredo

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, começou a receber os partidos políticos com assento parlamentar esta segunda-feira.

À saída do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, João Cotrim de Figueiredo disse que levou até Belém aquelas que “se perspetivam ser as oportunidades que Portugal tem em termos de retoma económica para os próximos tempos” e mostrou-se preocupado com “o risco claro de desperdiçar essa oportunidade”.

O líder do Iniciativa Liberal considera que Portugal “tem uma enorme oportunidade de fazer uma retoma económica”, mas corre o risco claro de a desperdiçar “porque as prioridades definidas para a aplicação dos fundos e para o redirecionamento das energias económicas e criativas dos portugueses está errada”, justificou, citado pelo Público.

Na estratégia do Governo “continua-se a pôr o Estado no meio e à frente de todos os processos de decisão e desenvolvimento” e “isso é a receita que, nos últimos 20 anos, conduziu Portugal a esta situação”.

“Se queremos chegar a sítios diferentes, não podemos fazer as mesmas coisas”, considerou.

Já o Chega anunciou, no final do encontro com o Presidente, que iria contactar o PSD, o CDS e o IL para construir “uma plataforma de convergência” à direita para se apresentar como alternativa a António Costa.

André Ventura acrescentou ainda que não estará disponível para nenhuma apreciação ou para nenhuma validação do OE que não apoie diretamente os setores mais fragilizados da economia.

“Vamos voltar a propor, a todos, todos sem exceção, Iniciativa Liberal, CDS-PP e PSD, que possamos pelo menos ter uma plataforma de convergência, uma plataforma de conversa, para apresentar ao senhor Presidente da República, caso isso seja necessário, uma alternativa de Governo, que eu acho que é momento e altura de começarmos a construir”, afirmou.

O PAN disse ter em comum com o Presidente da República preocupações com a elaboração de um Orçamento do Estado para 2022 de “recuperação socioeconómica” e com a preservação da floresta da Amazónia.

“A respeito do Orçamento do Estado, é com agrado que verificamos que existe uma preocupação comum de termos um Orçamento que possa lançar as bases para uma recuperação socioeconómica para o país com uma visão de médio e longo prazo”, declarou Inês Sousa Real.

Por outro lado, a porta-voz do PAN relatou ter aproveitado esta audiência para manifestar ao chefe de Estado “preocupação com a floresta amazónica e a sua preservação”. “E foi mais uma vez com agrado que houve, de facto, aqui uma partilha de preocupação com aquele que é o pulmão global”, acrescentou.

Já o PEV transmitiu ao Presidente que irá aferir a credibilidade do Governo em função da execução do Orçamento para 2021. “Em relação ao futuro, nós transmitimos ao senhor Presidente da República aquilo que também já transmitimos hoje ao Governo”, disse José Luís Ferreira.

A posição do PEV em relação ao OE2022 vai depender “do nível de execução do Orçamento do Estado de 2021″ em geral e “muito em particular” das medidas que foram propostas por este partido. “Consideramos que é importante perceber este grau de execução para também aferirmos a credibilidade que o Governo nos merece nos compromissos que assume.”

Por outro lado, o PEV irá aguardar pelo conteúdo da proposta do Governo e “avaliar até que ponto é que esse Orçamento dará resposta aos problemas do país e dos portugueses”.

“Quanto menos for executado este ano, maiores serão os problemas para o ano que vem e, portanto, a resposta também é mais exigente se houver pouca execução deste Orçamento do Estado”, advertiu José Luís Ferreira.

Esta terça-feira, Marcelo Rebelo de Sousa recebe as delegações do CDS, PCP e BE, e na quarta-feira encerra com o PSD e o PS.

ZAP // Lusa

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