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Sócrates processa o Estado (e diz que provas da sua inocência não são factos alternativos)

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José Sena Goulão / Wikimedia

Ex-primeiro-ministro e ex-líder do PS, José Sócrates

“Se o Estado não acusa, acuso eu”. Eis como José Sócrates anuncia, em conferência de imprensa, que avançou com uma acção judicial contra o Estado português no Tribunal Administrativo de Lisboa por violação dos prazos máximos legais do inquérito da Operação Marquês.

Para o antigo primeiro-ministro, “manter o inquérito aberto sem nenhum desfecho ao fim de 42 meses representa um escandaloso desrespeito da Lei“, já que, conforme nota, o prazo máximo para haver acusação é de 18 meses.

Em Setembro passado, a Procuradoria Geral da República alargou o prazo do inquérito por mais 180 dias. A conclusão da investigação está agora, prevista para o próximo mês de Março.

Na conferência de imprensa agendada para a hora dos telejornais, Sócrates considera que a demora da justiça é uma “violação escandalosa da lei” e um “abuso inaceitável dos poderes do Estado”.

“O apagamento dos prazos é o apagamento da lei”, sublinha o ex-governante.

Acusando o Ministério Público de ter feito uma “maldosa campanha pública de difamação” contra si, Sócrates salienta que o processo já vai no “terceiro andamento”, sem que haja provas reais, sustenta.

O ex-primeiro-ministro refere que num “primeiro andamento”, surgiram as suspeitas em torno do Grupo Lena que “não passaram de insultos”, diz.

A seguir, veio o caso do empreendimento turístico de Vale do Lobo, no Algarve – “um logro, uma mentira, um embuste”, considera.

Finalmente, surgem as suspeitas relacionadas com a Portugal Telecom, com o envolvimento de Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, cujo “único mérito é negarem as suspeitas anteriores”, refere Sócrates.

“São falsas e absurdas”, sustenta, realçando que “o governo decidiu manter-se estritamente neutral” no processo e que “estes factos não são factos alternativos”, mas a verdade.

Sócrates assegura ainda que é uma “falsidade” a ideia de que tem “uma fortuna escondida” e repete que o dinheiro que os investigadores da Operação Marquês lhe atribuem “é legitimamente do engenheiro Carlos Santos Silva“.

Voltando a repetir que as verbas que recebeu das contas do amigo foram “empréstimos”, ele ainda garante que já lhe pagou boa parte do valor e que só falta “devolver uma pequena parte”.

“Conto ter uma reunião com ele para finalizarmos esse acerto de contas“, diz Sócrates.

ZAP // Lusa

5 Comments

  1. Aí os prazos, aí a investigação que não termina, aí o dinheiro não é meu , aí tudo e mais alguma coisa, mas as evidências aos poucos vão aparecendo, que motivos tem alguém que não conhece nem têm negócios com outra pessoa lhe transfere dinheiro para contas, passando for uma série de esquemas para despistar essas transacções antes? e que motivos tem depois essa pessoa para colocar esse dinheiro ao serviço do inocente Sócrates? Neste momentos acho que muitos poucos acreditam no que Sócrates diz.

  2. Epá é que eu nem tenho palavras pra isto, é a total subjugação do contribuinte, é a escravatura moderna. É roubar as pessoas e rir da cara delas, voltar atrás dar-lhes uma enorme bofetada e a seguir roubar de novo! É que é impensável, como é que isto é possível. Mas há alguém nesta merda de país, que esteja de alguma forma com algum cargo de liderança ou responsabilidade política, que seja honesto?!? É o descalabro total, tá na hora de o mundo acabar mesmo, isto é o cúmulo!

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