O Tenente Coronel Luís Sequeira, à época do assalto ao quartel de Tancos chefe da Secção de Informações e Investigação Criminal, foi constituído arguido pelo Ministério Público.
Ouvido esta terça-feira pelo juíz de instrução João Bartolo, Luís Sequeira, comandante na GNR de Faro, foi suspenso de funções, proibido de contactar com arguidos e militares e ainda de se ausentar para o estrangeiro. É suspeito da prática de crimes de associação criminosa, denegação de justiça e prevaricação e falsificação de documento.
Recorde-se que a GNR de Loulé colaborou com a PJ Militar na recuperação do material de Tancos na Chamusca. Na altura, houve uma estreita colaboração entre a PJM e a GNR. A PJM esteve no Algarve a contactar, nomeadamente, com os autores do furto. No total, são já 21 os arguidos no caso do roubo de armas militares no quartel de Tancos.
Luís Sequeira terá autorizado a colaboração com a Polícia Judiciária Militar (PJM) para a recuperação do material – e na sua audição na Assembleia da República disse que desconhecia que a investigação estivesse na alçada da Polícia Judiciária.
Questionado pelo deputado do PSD Leonel Costa, na comissão de inquérito ao furto de Tancos, o militar da GNR disse não ter informação que lhe permitisse concluir que o aparecimento do material, na Chamusca, em outubro de 2017, fora uma encenação.
“Não me recordo em concreto, mas que eu tenha recebido alguma informação, não. O que pudesse haver era dos órgãos de comunicação social. Não me pareceu estranho que aquele processo estivesse com a Polícia Judiciária Militar”, disse na AR. O tenente-coronel acrescentou que, sendo uma situação de “furto de armas numa instituição militar”, lhe pareceu legítimo o pedido de colaboração da PJM.
Sobre se os investigadores que colaboraram com a PJM iniciaram a investigação sem uma ordem direta, o tenente-coronel disse que presumiu que “tenha havido alguma troca de informação” entre investigadores das duas forças policiais, mas desvalorizou o significado de o terem feito inicialmente sem uma ordem direta da sua parte.
Luís Sequeira acrescentou que disse aos investigadores do núcleo de investigação criminal [NIC] que “para se avançar mais na investigação teriam [a PJM] de fazer um pedido formal”, o que aconteceu, “por via telefónica”.
ZAP // Lusa