“Descabido” e “estranho”. Ex-super polícia arrasa Galamba na polémica do computador

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José Sena Goulão / Lusa

O Ministro das Infraestruturas, João Galamba

O antigo secretário-geral do Sistema de Segurança Interna (SIS) arrasa o ministro das Infraestruturas no caso do computador que o seu ex-adjunto, Frederico Pinheiro, queria levar para casa. Em causa está o facto de conter, alegadamente, informação classificada.

“Um computador com informação que é classificada nas mãos de um adjunto, a ser tratada por um adjunto, que traz para a rua o computador, é perfeitamente descabido, estranho“, analisa o antigo secretário-geral do SIS, Mário Mendes, em entrevista à Rádio Renascença (RR).

Se isto é mesmo verdade, como aponta, é preocupante a forma “um bocado leviana como se trata informação classificada”, considera.

“Geralmente, há regras muito apertadas sobre quem tem acesso a informação classificada, ou não?”, acrescenta, frisando que “há diversos graus de credenciação para ter acesso à informação e tem que ser credenciada por serviços próprios”.

“Não é normal” que um adjunto de um ministério tenha acesso a informação classificada com “interesse nacional”, continua Mário Mendes. “A ser assim, é óbvio que há negligência e ausência de responsabilidade no tratamento” da informação, conclui o ex-super polícia.

Com tudo isto, o mais importante, para o antigo dirigente do SIS, é que o caso “sirva um bocado de lição, e que as pessoas comecem a pensar que têm responsabilidades e que isso não pode ser feito assim”.

A polémica em torno do computador usado por Frederico Pinheiro enquanto adjunto do ministro das Infraestruturas deixou Galamba na corda bomba. O ministro chegou a apresentar a demissão, mas o primeiro-ministro não a aceitou, abrindo uma guerra com o Presidente da República.

ZAP //

15 Comments

  1. Tudo isto é muito lindo mas quando o sitema de segurança é incongruente, nunca pode funcionar.
    A segurança é garantida com um acesso limitado a pessoas que necessitam de ter acesso aos documentos classificados e com a garantia da idoneidade das pessoas que tem acesso à informação.
    A primeira parte do problema, não é complexo de resolver, já a segunda parte é mais difícil pela tal incongruência do sistema.
    Porque é que o sistema é incongruente e definido para ter falhas ?
    Porque a idoneidade das pessoas não resulta do voto popular. O facto de um indivíduo ser eleito, não significa que seja idóneo.
    Por exemplo: O isaltino foi eleito mas nunca seria idóneo para ter acesso a matérias classificadas.
    O sistema é incongruente porque a partir do momento que a idoneidade das pessoas é definida em função da eleição ou da nomeação para uma função, não há compatibilidade possível; para funcionar, independentemente da eleição e nomeação, o acesso a matérias classificadas dependeria sempre de uma avaliação de idoneidade, que para ser efectiva, teria que ser intrusiva na vida das pessoas ( opa, isso é muito sensível e soltava muitos esqueletos …)
    Se falarmos noutro capítulo da segurança, é a mesma situação.
    O presidente da república tem direito ao uso e porte de arma, embora muito provavelmente não saberá dar-lhe uso e tem a perrogativa de poder designar acessores que possam ter o uso e porte de arma, sem mais nada.
    Em contrapartida, um militar na reserva ou na reforma que tenha feito tiro, dado instrução de tiro, comandado unidades a fazer tiro numa carreira de tiro, tem que ter atestado psicológico e solicitar licença na polícia; a lei que rege a situação não está mal, o que está mal são as excepções e não ser de aplicação universal, porque na verdadeira democracia que se vive no burgo, somos todos iguais mas uns mais iguais que outros …

  2. Primeiro que tudo e que é GRAVE, foi o facto da consertação entre PS Governo e o ou os seus designatarios terem consertado 0 que iriam dizer na Comissão Parlamentar de Inquerito à Tap, antes de serem interpolados, porranto, não é honesto porquanto tentaram consertar para disimular os problemas, isto é, a corrupção começa no Governo, tudo o que surge posteriormente não é relevante, é consequencia do anteriormente dito !!!

  3. A vergonha, é que nós cidadãos devemos começar a ficar preocupados como estes “senhores” manipulam as autoridades da forma que querem e lhes dão jeito.
    Mas a maior vergonha é um presidente pactuar com isto. São todos iguais.
    Deixem os portugueses, assumirem quem querem., como deve ser uma democracia.
    Manterem ladrões, mentirosos, que não são penalizados e julgados.
    Já digo coitado do Sócrates. Pois os outros ainda estão no governo.
    Como é que se pode educar os filhos se a corrupção compensa…

  4. Mais um á procura de protagonismo, todos são bons a criticar o trabalho dos outros.
    Vide a vergonha das televisões, rádios e jornais, que queriam mandar no que o Presidente tinha que fazer, mas felizmente que o tiro lhes saiu pela colares, pois o País não tem tempo, nem dinheiro para andar a fazer eleições,por dá cá aquela palha.
    E preciso haver mais contenção no que dizem e escrevem, deveriam era mostrar ao País e ao povo o que de facto e feito em prol do progresso de Portugal

    • O país está totalmente desgovernado. Essa é que é a realidade. O navio não tem ninguém ao leme. Há mais de um ano. E em 2022, muito embora o gigantesco saque fiscal aos portugueses, o governo ainda foi aumentar a dívida pública. Inaceitável.

    • TÁ-SE MESMAVER PRA QUELADO É QUE TE FOGEM AZIDEIAS: quanto à vergonha das televisões, rádios e jornais, já se sabe que o que querem é debitar assunto para entreter quando não para baralhar ideias dos tele-
      -espectadores, ouvintes ou leitores… mas o que é que isso tem a ver com perda de tempo e gastos de dinheiro?
      Já provaram que o tempo lhes tem sobrado para fazerem as piores asneiras que deveriam ser aceites! Quanto ao dinheiro tem sobrado para o supérfluo mas faltado para o essencial mas isso É MÁ GESTÃO. Disseram que não havia dinheiro para Eleições Antecipadas mas já houve para irem 5 vezes ao Qatar ver futebol, mais a ida a Roma e ao Brasil.

  5. Donde, depois de tanta mentira e tentativa para afastar acusações a João Galamba, é legítimo pensar que o computador tivesse, isso sim, material comprometedor para o ministro das infraestruturas e, em caso afirmativo o seu destino deveria ser prisão por muitos e bons anos; crime é mau mas crime em cargo político deveria ser muito pior e mais severamente tratado

  6. Concordo plenamente com o teor do comentário : e quanto ao porte de arma digo mais ,fui funcionário de uma polícia de investigação com arma do serviço e outra minha com licença de porte da mesma . Aposentei-me e ao querer renovar a licença do porte de arma lá vem aquilo que relata no seu comentário . É preciso atestado psicólogo formação de tiro e sei lá bem mais o quê . Digo eu para quem me atendeu no pedido da renovação da licença , veja aí no meu cadastro se não diz ( 4 anos de guerra do ultramar) ( 32 anos na tal polícia com formação de tiro e não só . Resultado desisti da tal licença e empandeirei a arama .

  7. A narrativa do “classificado” versus “não classificado” é uma simplificação feita para a crítica fácil mas demagógica. Há vários níveis de classificação e o acesso é reduzido, gradualmente: quanto mais alto o nível de confidencialidade menor o âmbito de acesso.

  8. SIS quer dizer “Serviço de Informações de Segurança” e não “Sistema de Segurança Interna” o que é uma grande diferença até para contextualizar o sucedido.

  9. Todas as trapalhadas com ministros se podiam evitar com eleições executivas directas, em que a lista de ministros é conhecida à partida, incluindo os suplentes. E assim os ministros eram escolhidos pelo povo.

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