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França investiga nova variante que escapou aos testes PCR. Primeira-ministra da Estónia infetada

Cugnot Mathieu / EPA

O presidente francês, Emmanuel Macron

França está a investigar uma nova variante do vírus da covid-19 detetada na Bretanha, nomeadamente o grau de transmissão e se tem consequências mais graves nas pessoas afetadas, disse esta segunda-feira a Direção-Geral da Saúde francesa.

A nova variante foi sequenciada a partir de um foco que apareceu no hospital de Lannion, no noroeste do país, com 79 casos, dos quais oito eram desta nova variante, disseram as autoridades de saúde numa declaração.

Esta variante não foi identificada através dos testes PCR, mas apenas com testes serológicos e recolha de matéria biológica.

Por agora, foi decidido colocar a nova estirpe sob “sob vigilância”, depois de vários pacientes com sintomas de covid-19 terem testado negativo.

As análises efetuadas a esta nova variante “não permitem concluir nem maior gravidade nem uma maior contagiosidade” em relação à estirpe tradicional, embora estejam a ser efetuadas “investigações aprofundadas” para a conhecer melhor.

Também se procurará determinar se as vacinas atuais são eficazes contra esta nova estirpe. Todos os centros de rastreio em França receberam indicações para que nos seus testes tenham em conta esta nova estirpe.

“Está em curso uma avaliação para apurar o possível impacto dessas modificações genéticas na incapacidade de reconhecimento por testes virológicos, o que conduz a um subdiagnóstico e que poderá interferir na estratégia de rastreamento atualmente em vigor”, referiu a autoridade de saúde francesa, em comunicado.

Este alerta surge numa altura em que a pandemia progride no país, sobretudo na grande área metropolitana de Paris. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse, esta segunda-feira, que França terá “novas decisões” sobre as medidas sanitárias para combater a pandemia no país.

“Vamos ter de tomar nos próximos dias, sem dúvida, novas decisões”, disse, em conferência de imprensa.

Uma das regiões onde deverá haver novas medidas é em Île-de-France, onde o rácio de contaminações é atualmente de 400 por cada 100 mil habitantes, com novas entradas diárias no hospital e o aumento exponencial de pacientes em estado grave, que tem levado a transferências para outras regiões.

 

Primeira-ministra da Estónia infetada

De acordo com a agência Reuters, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, está infetada com o novo coronavírus, mas está bem de saúde. Apesar de ter uma febre ligeira, Kallas vai continuar a trabalhar remotamente, uma vez que não apresenta mais sintomas.

“Peço a todas as pessoas que tomem precauções, usem máscaras em ambientes fechados, reduzam o contacto com outras pessoas, trabalhem remotamente se possível e fiquem em casa tanto quanto possível, porque o vírus está a espalhar-se por toda a Estónia”, alertou Kallas, de 43 anos, no Twitter.

Na semana passada, o Governo da Estónia proibiu ajuntamentos com mais de duas pessoas, fechou as lojas não essenciais e ordenou que os restaurantes passassem a servir apenas refeições take-away.

O país luta agora luta contra a segunda maior taxa de infeção per capita da União Europeia (UE) depois da República Checa. A taxa de infeção mais o que duplicou em fevereiro.

EUA com 100 milhões de vacinas e cheques em 10 dias

Os Estados Unidos vão alcançar dentro de 10 dias as marcas de 100 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 administradas e 100 milhões de cheques distribuídos, afirmou o presidente norte-americano, Joe Biden.

Discursando na Casa Branca para assinalar o início da campanha “Help is Here” (“Chegou a Ajuda”), Biden defendeu que as metas da vacinação e apoio financeiro à população, no âmbito do plano de estímulo aprovado na semana passada pelo Congresso, são “enormes”.

Nos próximos 10 dias, atingiremos dois objetivos enormes. O primeiro é o de 100 milhões de vacinas nos braços das pessoas (…) e o outro é o de 100 milhões de cheques nos bolsos das pessoas. Vacinas dadas e dinheiro nos bolsos”, disse Biden.

O objetivo dos 100 milhões de vacinas refere-se apenas ao período da nova Administração, que tomou posse em janeiro, não contando com 16 milhões de vacinas administradas durante a presidência de Donald Trump.

No total, os Estados Unidos já aplicaram 109 milhões de doses de vacinas.

Biden e a sua vice-presidente, Kamala Harris, irão deslocar-se a vários pontos do país nas próximas semanas, no âmbito da campanha “Chegou a Ajuda”, para apresentar o pacote de estímulo aprovado pelo partido democrata no Congresso, no valor de 1,9 biliões de dólares (1,6 biliões de euros).

A Casa Banca anunciou na sexta-feira que os primeiros cheques e pagamentos de 1.400 dólares (1.172 euros) por pessoa previstos no plano de apoios e estímulos económicos começaram a ser recebidos.

Os primeiros pagamentos são enviados por transferência e “alguns destinatários vão começar a recebê-los no fim de semana e os outros durante a semana”, indicaram a secretária do Tesouro e a administração fiscal, em comunicados de imprensa.

O número exato de beneficiários não foi especificado, mas o montante total pode ascender a 400 mil milhões de dólares.

Milhões de norte-americanos, cujos rendimentos anuais são inferiores a 75 mil dólares por pessoa ou 150 mil dólares por casal, vão receber um cheque de 1.400 dólares por adulto e por criança. Biden destacou outros benefícios como a extensão de pagamento de subsídio de desemprego para 11 milhões de pessoas, apoio a pequenas empresas, e alargamento da cobertura de despesas de saúde.

Questionado sobre se o seu antecessor deveria apelar à vacinação, numa altura em que as sondagens apontam para índices elevados de resistência à vacinação entre republicanos, Biden defendeu que seria mais importante que tal fosse feito por médicos e líderes de comunidades locais.

“Peço a todos os médicos, líderes religiosos e padres locais para que falem das razões que tornam importante que se tome esta vacina. E mesmo depois disso, até que todos estejam de facto vacinados, usem esta máscara”, concluiu Biden.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.654.089 mortos no mundo, resultantes de mais de 119,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Maria Campos, ZAP // Lusa

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