Primeiro, o médico ainda tentou que o colega emitisse um atestado médico falso. Como o colega recusou, procurou alternativas.
Um psiquiatra falsificou um atestado médico para o próprio filho. A ideia era que o seu filho deixasse o emprego.
O caso aconteceu nos Países Baixos, mas não se sabe o nome dos envolvidos, nem o local onde o psiquiatra trabalhava. Sim, trabalhava – já não trabalha porque foi suspenso.
O contexto é dado pelo NL Times: o filho do psiquiatra arranjou um emprego; mas aparentemente esse emprego iria originar custos elevados para o pai.
Em 2022, o psiquiatra pediu a um colega que emitisse um atestado médico – sem falar com o filho. O colega, o outro psiquiatra, recusou.
Parecia que o assunto estava fechado mas, há um ano, em Agosto de 2024, o psiquiatra passou a procurar alternativas e tentou resolver a questão por conta própria.
Foi ele próprio a assinar um atestado médico. Um atestado falso. Duplamente falso, aliás: alegou que o utente (o filho) tinha depressão, que tinha passado por choques eléctricos e que tinha sido internado numa clínica psiquiátrica; além disso, assinou o documento com a assinatura do colega. Com o papel timbrado do empregador.
Poucos dias depois deste crime, avisou o colega por e-mail: “Comportei-me de forma um pouco desobediente sem o informar”. E pediu para que o colega o ajudasse no caso, caso a direcção o contactasse.
O colega não gostou da situação e alertou o empregador.
A direcção da clínica ou hospital suspendeu o psiquiatra e levou o caso ao conselho disciplinar; este classificou a conduta do médico como “não profissional, indesejável e transgressiva”.
É que o psiquiatra em causa também era director médico da instituição. Por isso, não havia “qualquer igualdade” entre a sua posição e o outro psiquiatra que teria de mentir em seu nome.
O conselho disciplinar suspendeu o psiquiatra por um ano, embora com nove meses com suspensão condicional.