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“Fechaduras”, testemunha do julgamento de Tancos, está em parte incerta

Paulo Cunha / Lusa

Guarita abandonada no complexo militar de Tancos

Paulo Lemos, conhecido como “Fechaduras”, testemunha da acusação e da defesa no caso de Tancos, não compareceu em 08 de março à audiência e voltou a não aparecer esta quinta-feira, com o Tribunal de Santarém sem conseguir localizá-lo.

De acordo com o Público, esta semana, o Tribunal de Santarém declarou que não conseguira localizá-lo, nem nas moradas registadas, nem pelo advogado Miguel Marques Bom que o acompanhou ao Tribunal de Monsanto em janeiro de 2020. Nesta fase de julgamento, deveria ter estado presente a 08 de março, mas não apareceu. Esta quinta-feira, voltou a não aparecer, sendo a sua inquirição adiada para 17 de maio.

Serão então ouvidos esta quinta-feira o perito do Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária (PJ) e o major Vasco Brazão, um dos 23 arguidos.

“Fechaduras” é “uma testemunha crucial no processo para a defesa de João Paulino”, disse Carlos Melo Alves, o advogado do ex-fuzileiro que confessou o assalto aos paióis com mais dois homens. Por Paulo Lemos ser um informador da Polícia Judiciária (PJ), esta polícia “saberá onde ele está”, sublinhou.

Uma fonte oficial da PJ disse que “não responde a comentários de advogados”, indicando que “os pedidos feitos pelas autoridades judiciárias foram sempre atempadamente respondidos, incluindo as solicitações feitas no âmbito deste processo [de Tancos]”.

A incapacidade do tribunal de Santarém em contactar “Fechaduras” não surpreendeu Luís Cruz Campos, advogado de Bruno Ataíde, investigador da GNR de Loulé a quem Paulino disse que queria entregar as caixas com o armamento roubado. “Ele está a ser protegido pela PJ”, afirmou.

Segundo o advogado, “Fechaduras”, conhecido pela PJ por outros crimes, admitiu em tribunal “que recebeu instruções da PJ antes do furto”. “Essa parte é essencial para demonstrar a inépcia do Ministério Público e da Polícia Judiciária (PJ)”, frisou.

Taísa Pagno //

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