Dançar num quadrado e fazer marcação prévia. Discotecas já têm propostas para reabrir

A Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal enviou um documento ao Governo com propostas para que discotecas e bares noturnos possam reabrir.

As discotecas e bares noturnos desesperam numa altura em que ainda não tem perspetivas para reabrir portas. Como tal, a Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) incluiu algumas medidas numa proposta que enviou, esta semana, ao Governo. O objetivo é que estes espaços “possam reabrir rapidamente e em segurança, cumprindo necessárias regras de saúde para salvaguardar colaboradores e clientes”.

Uma das medidas propostas é delimitar quadrados na pista de dança, com uma área de 2,25 m², para cumprir o distanciamento social. O Expresso realça que as discotecas e bares são considerados estabelecimentos de restauração, pelo que, grosso modo, as indicações da AHRESP não fogem muito das normas seguidas nos restaurantes.

As áreas de dança não devem ter divisórias e na cabina de música só deve estar um DJ, abrindo exceção para mais do que um artista, desde que o espaço seja desinfetado entre cada utilização.

Caso não seja possível cumprir o distanciamento social de dois metros na pista de dança “entre DJ, seguranças e demais pessoas”, o documento prevê a utilização de máscara. Este equipamento de proteção individual só não deve ser utilizado aquando do consumo de comida ou bebidas.

Este setor é “um dos poucos que ainda se mantém encerrado por diploma legal, tendo sido aquele que primeiro encerrou, mas que tem todas as condições para poder reabrir em segurança”, salienta a AHRESP. A situação de “extrema gravidade” que estes estabelecimentos ultrapassam está a tornar-se insustentável para as empresas.

O encerramento das discotecas está, segundo a AHRESP, a fomentar “festas ilegais” e concentrações de grupos grandes de pessoas sem qualquer controlo sanitário, como aconteceu em Lagos.

A AHRESP chegou a propor que não se permitisse a entrada a clientes com mais de 60 anos, mas esta medida não está prevista no documento enviado ao Governo. O guia “resultou de um processo muito participado, entre a AHRESP e os empresários da Animação Noturna de todo o país, que tem vindo a decorrer desde o início da pandemia”.

O documento recomenda ainda que os clientes façam marcação prévia “sempre que possível” ao ir a discotecas e bares noturnos. As mesas e cadeiras devem estar a dois metros entre si. As discotecas, por sua vez, devem utilizar “preferencialmente espaços exteriores, como esplanadas”.