Mistério da Mancha Fria do Atlântico finalmente resolvido

Kai-Yuan Li/UCR

Mancha Fria do Oceano Atlântico, a sul da Gronelândia

Os cientistas descobriram que o responsável por uma “mancha fria” a sul da Gronelândia, no Oceano Atlântico, é o abrandamento das correntes oceânicas.

Um estudo publicado no final de maio na Communications Earth and Environment revelou, finalmente, a causa de uma mancha gigante de água fria no Oceano Atlântico.

A anomalia localizada a sul da Gronelândia é, curiosamente, designada por Buraco de Aquecimento do Atlântico Norte, e há anos que tem vindo a surpreender os cientistas. Apesar do aquecimento constante das águas oceânicas em todo o mundo, esta área arrefeceu até 0,3 graus Celsius durante o último século.

O estudo concluiu que uma alteração das correntes oceânicas foi a grande responsável por este arrefecimento inesperado.

Analisando as temperaturas oceânicas e os padrões de salinidade, os cientistas associaram este misterioso arrefecimento ao abrandamento de um sistema de correntes oceânicas denominado Circulação Meridional do Atlântico (AMOC).

Como recorda a Live Science, a bolha fria tem sido um ponto de discórdia entre os oceanógrafos. Alguns acreditavam que a dinâmica oceânica era responsável, enquanto outros sugeriam que as influências atmosféricas, como a poluição por aerossóis, eram a causa.

O novo estudo poderá ajudar a resolver o desacordo, fornecendo provas de que a dinâmica oceânica é a responsável.

Existem apenas cerca de 20 anos de observações diretas do AMOC, pelo que a equipa de investigação se baseou noutros dados para seguir os movimentos oceânicos mais antigos. Foram utilizados dados de temperatura e salinidade, que estão correlacionados com a velocidade da corrente, para descobrir os padrões do AMOC do último século e utilizaram 94 modelos oceânicos diferentes para avaliar as alterações.

Com uma cronologia clara do comportamento do AMOC em mãos, os cientistas descobriram que apenas os modelos que incluíam correntes atlânticas mais lentas correspondiam ao arrefecimento do mundo real.

Os ecossistemas marinhos também podem ser afetados negativamente pela alteração das correntes, uma vez que a temperatura e a salinidade da água podem determinar a habitabilidade local de algumas espécies.

ZAP //

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