Director-executivo da IBM assegura que a inteligência artificial vai “apenas” mudar a natureza, o tipo de empregos.
O debate sobre o impacto da inteligência artificial no mundo do emprego – entre muitos outros assuntos – está longe de estar resolvido. E vai continuar sem estar fechado.
Recentemente, repetiram-se os avisos: a IA pode eliminar metade de todos os empregos de colarinho branco de nível básico. O alerta foi do director-executivo da Anthropic, Dario Amodei.
Na mesma entrevista ao Axios, Amodei acrescentou que é possível que a IA coloque o desemprego em taxas entre 10% e 20%. E já num futuro próximo: entre 1 e 5 anos.
Pouco depois, outro CEO – da Amazon – Andy Jassy comentou que o número de trabalhadores na própria Amazon iria descer por causa da IA.
Mas agora surge o director-executivo da IBM. Arvind Krishna acha que esses alertas vêm de um “campo de distorção da realidade” entre os líderes do sector.
O líder da IBM até acha que a IA será em grande parte um acréscimo ao emprego – embora certos cargos administrativos serão em grande parte eliminados.
“Vamos precisar de mais pessoas, mas estarão em lugares ligeiramente diferentes porque o trabalho será cada vez mais produtivo com o tempo”, explicou, também no Axios.
Até dentro da IBM, e graças à inteligência artificial, já estão a ser eliminados custos: 200 pessoas saíram na área dos recursos humanos.
Mas “o nosso emprego total é constante”, disse Krishna. “A natureza dos empregos muda“, continuou.
Voltando ao caso dos 200 trabalhadores despedidos nos recursos humanos: essa mudança permitiu à IBM contratar mais programadores e vendedores.
Arvind Krishna acredita também em limites sobre o quanto a IA pode tornar os programadores de software mais produtivos — cerca de 30%, estimou.
A maior parte da codificação será automatizada, disse, mas os humanos vão dedicar o seu tempo à revisão do código para controlo de qualidade.