Covid-19. Ex-ministro da Saúde elogia Governo e critica a “paralisia” da UE

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Estela Silva / Lusa

Adalberto Campos Fernandes

Adalberto Campos Fernandes, ex-ministro da Saúde

O ex-ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, elogiou o Governo e criticou a atuação da União Europeia (UE) face à medidas que estão a ser tomadas na sequência da pandemia do novo coronavírus.

À Rádio Observador, referiu que, em Portugal, “ainda nada falhou de forma grave” e que as autoridades de saúde “têm feito um esforço hercúleo em condições terríveis para tentar responder a esta emergência”. “O Governo tem feito tudo o que está ao seu alcance”.

“O primeiro-ministro tomou uma decisão política forte e iniciou um processo de contenção ativa, de proteção das pessoas que culminou agora na decisão do Presidente da República”, que esteve “à altura daquilo que é a sua responsabilidade maior”, disse, referindo-se à declaração do estado de emergência.

“O governo na pessoa do primeiro-ministro tem tido uma liderança absolutamente exemplar sobre o processo que está a ser desenvolvido”, afirmou.

O ex-ministro da Saúde criticou a mensagem anterior de “algumas pessoas” de que o novo coronavírus era “uma gripe moderada ou ligeira com um padrão de comportamento e mortalidade semelhante à gripe sazonal”, além da “paralisia” com que a pandemia provocada está a ser tratada ao nível da UE.

“Portugal é um pequeno país pobre com um problema de dívida externa enorme. Mas não é só Portugal. Neste momento temos talvez a maior crise sanitária dos últimos 60/70 anos e o que vemos são reuniões aparentemente de enorme inconsequência, portanto, a proteção da saúde pública e a proteção da economia não é um problema nacional, é um problema naturalmente europeu”, sublinhou.

E acrescentou: “A saúde pública é vista como um elemento estratégico de soberania e de segurança dos países. A UE tem de perceber que tem de investir em saúde, não apenas sistemas organizados, mas também em investigação e desenvolvimento, condições de precedência para que a economia seja forte e a união também”.

Na sua opinião, “os países precisam de um sistema com cobertura geral e universal” e a UE tem de “preparar um mecanismo de resposta rápida para crises como esta”.

“Aquilo que tem acontecido do ponto de vista da saúde não tem sido exemplar. Os países tem aparecido desarticulados, as questões de acesso e restrição e fecho de fronteiras são perturbadoras. Cada país toma medidas em dissonância com o país do lado, à exceção de Portugal e Espanha”, frisou.

Adalberto Campos Fernandes defendeu ainda que a Europa tem de deixar estar “obcecada pela componente fiscal e pela componente ornamental, e tem de ter um modelo estratégico de vida que pense nas pessoas que habitam no espaço europeu”.

ZAP //

8 Comments

  1. «…O ex-ministro da Saúde criticou a mensagem anterior de “algumas pessoas” de que o novo coronavírus era “uma gripe moderada ou ligeira com um padrão de comportamento e mortalidade semelhante à gripe sazonal”…» – Adalberto Fernandes

    Curioso, em 2009 morreram cerca 124 pessoas vítimas de gripe provocada pela estirpe A (H1N1) 2009.

    E o sr. Fernandes não veio aos jornais demonstrar a sua preocupação, nem tão pouco declarado o estado de calamidade e decretado o estado de emergência.

    • Ministros, políticos e os respectivos meios de propagação fazem muita questão de fazer alarido!…
      Nada como provocar o pânico, assim o pessoal fica mais fácil de ser domesticado e enjaulado!!..

    • Em 2009 o sr. Fernandes não era ministro da saúde. Além disso, o número anual de mortes por gripe em Portugal anda à volta de 3.000. Portanto, 124 mortos por H1N1 parece-me um número bastante bem conseguido. Ou seja, o seu argumento não faz qualquer sentido.
      Sem estes cuidados que estamos a ter, e com quase toda a gente a ser infetada num curto espaço de tempo, o COVID-19 poderia matar cerca de 200.000 Portugueses (2% da população). É um pouco pior que a gripe, não concorda?

    • Afinal não passa de uma gripe de laboratório, apesar de contagioso, como qualquer gripe, 99% vão recuperar e 1% vão morrer, de velhice, de várias doenças, várias complicações como em qualquer gripe!…
      Políticos e medrosos pretendem é espalhar o pânico, para depois retirar liberdade e direitos, rumo à ditadura!!..

    • Em Portugal tem 1 milhão de alcoólicos e outros tipos de problemas semelhantes!…
      Existem 15 mil mortes em hospitais, por causa da má higiene hospitalar entre outros problemas!!..
      Mais de 100 mil suicídios e tentivas!…
      Segundo ainda especialistas, mais de metade dos portugueses, – até 70% – têm problemas de saúde mental!…
      Ou seja, uns 8 milhões em Portugal sofrem de algum problema grave de saúde!!..
      Onde esteve o estado de emergência?!

    • Sr. Eu!, você é um covarde, primeiro porque esse nick pertence a um utilizador bem mais informado que o Sr., segundo porque espalha desinformação sem ter a coragem de assumir o seu verdadeiro nome. Para sua informação, a taxa de mortalidade do vírus da gripe ronda os 0,1%, enquanto que este vírus tem uma taxa entre 1% (se a sua propagação for controlada ao longo do tempo), até 7%, se for descontrolada como em Itália. Em Portugal, se metade da população fosse infetada num curto espaço de tempo, assumindo uma taxa de mortalidade de 5% (conservadora portanto), morreriam 250.000 pessoas. Você simplesmente não tem noção da realidade nem do que se está a passar e devia ter vergonha de fazer esse tipo de comentários absolutamente ignorantes.

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