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Congresso do PS: Costa avisa que não ouvirão partido falar sobre decisões judiciais

(dr) SedeNacionalPartidoSocialista / Facebook

O novo líder do PS, António Costa

O secretário-geral do PS, António Costa

O secretário-geral socialista salientou este sábado que não ouvirão o PS falar de boas ou más decisões judiciais sobre a prisão preventiva do ex-primeiro-ministro José Sócrates, já que terá nesta matéria sentido de responsabilidade e de Estado.

António Costa falava aos jornalistas à chegada ao XX Congresso Nacional do PS, no Parque de Exposições da Feira Industrial de Lisboa (FIL), depois de insistentemente questionado se vai referir-se à prisão preventiva do ex-primeiro-ministro José Sócrates nas suas intervenções.

Não nos ouvirão a comentar nem decisões boas ou más das autoridades judiciárias, nem estarmos aqui a discutir aquilo que só à justiça cabe discutir”, respondeu António Costa, antes fazer uma das várias sugestões que deixou aos jornalistas presentes no congresso do PS.

“Percebo a vossa curiosidade, mas têm muitos colegas vossos que estão a ouvir advogados, juristas, quem entra e quem sai do Estabelecimento Prisional de Évora. Aqui estaremos para falar de Portugal e dos portugueses”, contrapôs o recém-eleito líder socialista.

António Costa disse mesmo que, no começo do congresso do PS, “para já”, só tem ouvido jornalistas a falar sobre o caso da prisão preventiva de José Sócrates.

“Se me permitem a sugestão, recomendava-vos que seguissem o bom exemplo do que o PS tem feito esta semana. O PS tem tido uma enorme frieza, sentido de responsabilidade, sentido de Estado, separando muito bem os sentimentos individuais de cada um, as amizades, daquilo que deve ser a nossa atitude enquanto força política responsável”, sustentou ainda numa referência ao caso Sócrates.

De acordo com o secretário-geral do PS, os socialistas seguirão uma linha de “separação da política e da justiça, com respeito integral e confiança no funcionamento do Estado de Direito democrático”.

“O que vai motivar o PS é a construção de uma alternativa. O PS está concentrado na definição de uma estratégia para o país e numa metodologia para a elaboração do programa do Governo, aproveitando a energia da força participativa das eleições primárias”, acrescentou.

Carlos César eleito presidente do PS

O ex-líder do Governo Regional dos Açores Carlos César foi hoje eleito presidente do PS com 985 votos, substituindo no cargo Maria de Belém Roseira.

O anúncio foi feito pelo presidente da mesa do Congresso cessante na abertura dos trabalhos do XX Congresso do PS, que decorre até domingo na Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações

Carlos César era o candidato único ao cargo de presidente do PS e foi eleito por voto secreto, sucedendo no lugar à ex-ministra socialista Maria de Belém Roseira, que ascendeu a este lugar em 2011 por proposta do anterior líder, António José Seguro.

Presidente do Governo Regional dos Açores entre 1996 e 2012, Carlos César foi mandatário nacional das candidaturas de António Costa nas eleições primárias do PS de 28 de setembro passado e, mais recentemente, ao cargo de secretário-geral.

Carlos César e António Costa, além de amigos de longa data, seguiram quase sempre o mesmo percurso político desde que entraram para a Juventude Socialista (JS) no final da década de 70, altura em que ambos contactaram de perto com o ex-primeiro-ministro António Guterres e com o ex-secretário de Estado Arons de Carvalho.

Ao contrário do que tem sido tradição no PS, António Costa pretende atribuir ao cargo de presidente um perfil mais executivo do que meramente moderador.

/Lusa

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