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Há 2131 profissionais de saúde infetados. Cerco em Ovar levantado no fim-de-semana

José Sena Goulão / Lusa

A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas (E), e o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales (D)

Na conferência de imprensa diária de atualização sobre a pandemia de covid-19 em Portugal, as autoridades de saúde revelaram que há, atualmente, mais de dois mil profissionais de saúde infetados. O cerco sanitário imposto em Ovar deverá ser levantado no fim-de-semana.

O secretário de Estado da Saúde revelou, esta quinta-feira, que há 2131 profissionais de saúde infetados com o coronavírus, entre os quais 396 médicos e 566 enfermeiros.

Somam-se 1169 assistentes operacionais, técnicos e outros profissionais de saúde infetados, revelou António Lacerda Sales, na conferência de imprensa diária de atualização sobre a pandemia da covid-19 em Portugal.

O secretário de Estado situou ainda a taxa de letalidade global em 3,2% e, acima dos 70 anos, em 12%. Sobre a aplicação Trace Covid-19, o governante disse que há “mais de 35 mil pessoas em vigilância clínica” e, relativamente à linha Saúde 24, esta está a receber 9500 chamadas diárias.

Lacerda Sales disse que têm “acumulados 208.738 testes” e que há capacidade de fazer “sete mil no público e quatro mil no privado”. “São naturais algumas oscilações diárias, mas, de forma global, estamos a reforçar – e muito – a capacidade de testagem“.

Já questionada sobre os dados de um inquérito da Escola de Saúde Pública (ENSP), tornado público na quarta-feira e que revela que mais de seis em cada 10 casos suspeitos de covid-19 em profissionais de saúde não foram submetidos a vigilância ativa e apenas um quarto realizou o teste nas primeiras 24 horas, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, sem comentar diretamente o estudo, apontou que nenhum dos valores lhe “parece à partida estranho”.

“Quero crer que com as equipas de saúde ocupacional e com as autoridades de saúde, muitos dos profissionais de saúde que ficaram em casa durante 14 dias ficaram em vigilância passiva, ou seja, eles próprios a vigiarem os seus sintomas e a reportarem. Trata-se de uma população especial com capacidade para se autovigiar. Nenhum destes valores nos parece à partida estranho”, respondeu.

Sobre o levantamento de restrições, a diretora-geral da Saúde avançou que Portugal vai observar o que acontecerá noutros países para decidir quando e como o vai fazer. “Sobre o chamado R0, houve um país que decidiu que, quando o R0 fosse 0,7, estaria na altura de descomprimir as medidas”.

“A grande vantagem, em Portugal, é que começámos o período epidémico mais tarde, pelo que vamos acompanhar diferentes critérios de diferentes países para vermos qual se adapta à nossa realidade. Em Portugal, o R0 está perto de 1, com pequenas variações regionais”, acrescentou a responsável, citada pelo jornal Público.

A diretora-geral da Saúde adiantou ainda que o cerco sanitário em Ovar deverá ser levantado no fim-de-semana. A avaliação, explicou, ainda está a ser feita, mas a decisão está prevista para “dia 18 ou dia 19”.

Ovar é um bom exemplo. Foi alvo de medidas proporcionais e extraordinárias. Entretanto, felizmente a evolução da situação indica que já não é uma situação especial. Ovar tem características da epidemia semelhantes a outras zonas do país“, sustentou.

De acordo com um publicação do presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, na sua conta do Facebook, o cerco será levantado já esta sexta-feira.

Portugal registou nas últimas 24 horas mais 30 vítimas mortais por covid-19, elevando o número total de óbitos para 629, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde esta quinta-feira.

A mesma nota divulgada pelo organismo liderado por Graça Freitas dá conta que existem agora 18.841 casos positivos, mais mais 750 do que nesta quarta-feira.

A pandemia de covid-19  já matou, pelo menos, 137.500 pessoas em todo o mundo desde que surgiu em Dezembro, na China. O balanço da agência AFP dá conta de mais de dois milhões de infetados.

ZAP // Lusa

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