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Fim das reuniões no Infarmed. BE quer dados da pandemia entregues ao Parlamento (e publicados na Internet)

Mário Cruz / Lusa

Com o fim das reuniões entre peritos e políticos no Infarmed, o Bloco de Esquerda quer que os deputados passem a receber informações e dados científicos sobre a evolução da pandemia no Parlamento.

De acordo com a TSF, o deputado bloquista Moisés Ferreira disse que “esta informação não deve ser perdida e que os especialistas devem continuar a enviar à AR os dados”, nomeadamente a evolução da pandemia e as comparações com outros países.

Para isso, o partido entregou um requerimento para que esses dados passem a ser enviados aos deputados. Moisés Ferreira considerou que a informação transmitida nas reuniões tem sido “importante” para que os políticos possam tomar decisões.

“Sem essa informação qualquer medida política é um tiro no escuro. É por isso que o Bloco de Esquerda pretende que os dados disponibilizados nas reuniões do Infarmed continuem a ser transmitidos, agora à Assembleia da República, em periodicidade quinzenal, independentemente da continuação ou não dessas reuniões, nesse ou noutro formato”, disse.

Segundo o requerimento citado pela TSF, o partido pede à Comissão de Saúde que “solicite aos peritos e entidades que compunham o painel de apresentações das ‘reuniões do Infarmed’ de entrega, com base quinzenal, de dados sobre a epidemia de covid-19 em Portugal, sua evolução e caracterização, assim como estudos sobre determinantes socioeconómicos”.

Segundo a TSF, o Bloco quer também que “as apresentações divulgadas em todas as ‘reuniões do Infarmed’” sejam publicadas na página de Internet do Parlamento.

“Estas informações são importantes para que se possam tomar medidas políticas eficazes que efetivamente mitiguem a situação epidémica em Portugal e previnam o aparecimento de novos surtos”, afirmou.

As reuniões entre peritos e políticos começaram no período de estado de emergência e aconteciam semanalmente. Nesses encontros, mostravam-se dados científicos sobre a evolução da pandemia, estudos sobre os mesmos e análises comparativas, o que permitia retirar conclusões sobre os picos da doença ou as causas para determinados surtos, além de comparar a situação portuguesa com a de outros países.

No final da décima reunião do Infarmed, coube a Marcelo Rebelo de Sousa anunciar o fim dos encontros. A decisão de acabar com as reuniões foi articulada entre Marcelo e Costa.

No fim do encontro, Marcelo saudou o modelo de monitorização da epidemia e anunciou que ia ser “descontinuado”, apanhando a maioria dos participantes de surpresa.

PCP, CDS, Iniciativa Liberal e Chega contestaram a decisão anunciada por Marcelo Rebelo de Sousa.

ZAP //

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