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Starbucks e Costa podem ter os dias contados

Gigantes cadeias do café enfrentam ameaças de todos os lados: perdem clientes para opções mais baratas e para outras cadeias premium. Clientes começaram a questionar: afinal, que café mereço a troco de 5 euros?

O setor do café de alto gabarito pode estar a mudar, para sempre. Marcas como Costa Coffee ou Starbucks continuam a dominar a área, mas a preferência dos consumidores está a deslocar-se para opções mais artesanais e diferenciadas.

Fundada em 1971 por dois irmãos italianos e comprada pela Coca-Cola em 2018 por mais de 4,5 mil milhões de euros, a Costa é hoje a maior cadeia de café do Reino Unido, com mais de 2.000 lojas e 14.000 máquinas de autosserviço. Agora, está a ser constantemente caracterizada como “desatualizada” e pouco atrativa, como nota o The Telegraph.

A Coca-Cola estará até a ponderar vender o negócio, depois de os resultados globais do café terem caído 3% em 2023, muito por culpa do fraco desempenho da Costa no Reino Unido.  Analistas citados pela Sky News estimam que a cadeia possa valer atualmente apenas metade do preço pago há sete anos.

Mas os problemas não se limitam à Costa. Todo o setor parece estar a “entornar-se” : a subida histórica dos preços do café, devido a secas e falhas nas colheitas, a inflação no pós-pandemia, os custos energéticos elevados e a pressão do aumento do salário mínimo e das contribuições para a segurança social. O ambiente económico apertou os orçamentos familiares, tornando o consumo de café em lojas cada vez mais seletivo.

Neste cenário, as grandes cadeias encontram-se entre a espada e a parede. Por um lado, perdem clientes para opções mais baratas. Por outro, enfrentam a concorrência de cafés independentes e de cadeias premium que oferecem experiências mais sofisticadas e alinhadas com as novas tendências de consumo.

Um dos fatores que mais acentuou esta mudança foi a ascensão meteórica do matcha. Visualmente apelativo e  ‘a bombar’ há meses nas redes sociais, a bebida de chá verde moído com elevada cafeína e associada a benefícios de saúde tornou-se um fenómeno cultural.

A ameaça no Reino Unido tem outra protagonista, a Blank Street, nascida em Nova Iorque em 2020 como um simples carrinho de café, que já conta com 35 espaços em Londres. Só no último ano registou um crescimento de 27%, muito impulsionado pelo seu apelo junto da geração mais jovem no TikTok. As lojas, de estética minimalista e colorida, vendem não só bebidas, mas uma experiência de estilo de vida que atrai filas de clientes.

Especialistas acreditam que a energia do mercado está claramente do lado das independentes e das torrefações artesanais. Para cada vez mais consumidores, um café de 5 euros só compensa se oferecer essa tal experiência, algo único, impossível de replicar em casa.

ZAP //

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