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Avião russo partiu-se no ar devido a “fatores externos”

STR EGYPT OUT / EPA

Destroços do avião da MetroJet que caiu no Egipto com 214 pessoas a bordo

Destroços do avião da MetroJet que caiu no Egipto com 214 pessoas a bordo

O acidente com um avião de passageiros russo no Egito deveu-se a fatores externos, afirmou esta segunda-feira a companhia aérea Kogalymavia, assegurando que foi afastada a possibilidade de problemas técnicos terem provocado a quebra do aparelho em voo.

“Não há falhas técnicas que possam fazer com que o avião se parta no ar”, disse Alexander Smirnov, um responsável da companhia Kogalymavia, também conhecida por MetroJet, numa conferência de imprensa em Moscovo. “A única explicação é algum tipo de ação exterior”, acrescentou.

Smirnov disse que os pilotos do Airbus A321 perderam “completamente o controlo” do aparelho e não tentaram fazer qualquer contacto rádio com os controladores aéreos antes de o avião se despenhar.

“A tripulação perdeu completamente o controlo e por essa razão não houve tentativa de contacto”, disse, acrescentando que o avião estava em “excelentes condições técnicas”.

Durante o dia de ontem, o MAK, Comité Interestatal da Aviação da Rússia, já tinha confirmado que o avião se tinha partido em pedaços no ar, embora adiantasse que era ainda muito cedo para determinar a causa do acidente.

“A desintegração da fuselagem teve lugar no ar e os destroços estão espalhados em torno de uma grande área, de cerca de 20 quilómetros quadrados”, acrescentou.

Até esse momento, já tinham sido recuperados no local da tragédia 175 corpos, de acordo com o jornal egípcio Al Ahram, que citava uma fonte da equipa das operações de resgate.

Esta versão contraria assim a das autoridades russas que asseguravam que a causa do acidente estava relacionada com “falhas técnicas” e não com um possível atentado terrorista.

Na altura, o ministro dos Transportes russo, Maxim Sokolov, defendeu que essa teoria não podia ser considerada verdadeira.

“Neste momento não há informações que confirmem essas fantasias”,  assegurou o ministro.

Também a mulher do copiloto corroborou essa teoria ao revelar que, antes do acidente, o marido tinha criticado as condições técnicas do avião.

“Antes do voo, ele queixou-se que a condição técnica do avião deixava muito a desejar”, revelou Natalya Trukhacheva à televisão estatal russa NTV.

Estas versões surgiram depois de vários sites de informação terem anunciado que uma fação egípcia do Estado Islâmico reivindicou o abate do avião como forma de “represália” à intervenção russa na Síria.

Vários especialistas militares questionados pela AFP disseram que os insurgentes do grupo terrorista, que têm seu bastião no norte da Península do Sinai, não dispõem de mísseis capazes de atingir um avião a 30 mil pés.

Não excluíram, no entanto, a possibilidade de uma bomba a bordo do avião, ou que o mesmo tenha sido atingido por um foguete ou míssil quando descia na sequência das alegadas falhas técnicas na aeronave.

O aparelho, que fazia a ligação entre a estância turística egípcia de Sharm el-Sheikh e a cidade russa de São Petersburgo, despenhou-se no sábado na Península do Sinai, matando todas as 224 pessoas a bordo.

 ZAP / Lusa

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