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Dos 50 aos 65 anos. No travão à AstraZeneca, decisões quanto à idade divergem

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Luong Thai Linh / EPA

Vários países decidiram restringir o uso da vacina AstraZeneca a uma camada mais velha da população, mas as decisões sobre a faixa etária divergem.

A lista de países que decidiram suspender unilateralmente a vacina da AstraZeneca a determinadas faixas etárias não pára de aumentar. No entanto, apesar dos apelos a uma resposta coordenada, os critérios divergem e vão desde os 50 até aos 65 anos.

De acordo com o ECO, pelo menos 14 países decidiram tomar esta posição, 11 dos quais dentro do espaço comunitário. A maioria decidiu apenas aplicar a vacina da AstraZeneca a pessoas com mais de 60 anos: além de Portugal, a Alemanha, Espanha, Estónia, Itália, Holanda, Coreia do Sul e Filipinas.

Há, contudo, países mais cautelosos. Na Finlândia e na Suécia, a vacina da AstraZeneca é administrada apenas a pessoas com mais de 65 anos. Ao mesmo tempo, há países que decidiram suspende a vacina da AstraZeneca em todas as faixas etárias: a Dinamarca, Noruega e a Letónia.

A Austrália recomendou o uso da vacina da Pfizer, em vez da AstraZeneca, para pessoas com menos de 50 anos. Em França, a vacina está suspensa para pessoas maiores de 55 anos, desde 19 de março. Uma decisão também tomada pelo Canadá, cerca de 11 dias depois.

Esta sexta-feira, avança a Reuters, as autoridades de saúde francesas vão anunciar que os cidadãos com menos de 55 anos que já receberam uma dose da vacina da AstraZeneca deverão ser vacinados com uma segunda dose da Pfizer ou da Moderna.

A Bélgica anunciou, esta quinta-feira, que vai parar de vacinar pessoas com menos de 56 anos com a vacina da AstraZeneca. Esta decisão será revista pelos ministros da Saúde regionais e nacional no espaço de quatro semanas.

Para já, o Reino Unido não tomou uma posição definitiva, mas abre a possibilidade de administrar uma vacina alternativa à da AstraZeneca a menores de 30 anos.

Hong Kong anunciou que pediu à AstraZeneca para suspender a sua encomenda da vacina contra a covid-19 por receio de efeitos secundários e preocupações sobre a eficácia contra novas variantes do coronavírus.

A Agência Europeia do Medicamento admitiu que há uma possível relação entre a formação de coágulos sanguíneos e a vacina da AstraZeneca. No entanto, reiterou que os benefícios da vacinação continuam a superar os riscos.

O regulador aconselhou as pessoas que tomaram a vacina a contactar o médico assistente no caso de terem sintomas compatíveis – falta de ar, dor no peito, inchaço nas pernas, dor de barriga persistente, sintomas neurológicos (dores de cabeça graves e persistentes ou visão turva) ou pequenos pontos de sangue por baixo da pele no sítio onde foi dada a injeção – com a combinação dos coágulos e baixo nível de plaquetas.

Em causa está uma possível ligação entre a administração da vacina e casos raros de tromboembolismo associado ao baixo teor de plaquetas.

Face a estas conclusões, a presidência portuguesa da União Europeia (UE) decidiu convocar uma reunião de urgência com os ministros da Saúde dos 27 Estados-membros de forma a chegar a uma posição coordenada.

Os 27 não conseguiram acertar agulhas relativamente a critérios comuns, mas comprometeram-se a “continuar a seguir melhor a informação científica disponibilizada pela EMA nos seus pareceres”.

Liliana Malainho, ZAP //

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