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Foram “apagados” ou “destruídos” documentos sobre incêndio de Pedrógão Grande

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Paulo Cunha / Lusa

Uma série de erros da Proteção Civil culminou no “desaparecimento” de documentos – que foram apagados ou destruídos – sobre o incêndio de Pedrógão Grande, segundo uma auditoria da ANPC.

Uma auditoria da Autoridade Nacional de Proteção Civil ao desempenho dos seus agentes no incêndio de Pedrógão Grande revela que houve problemas de organização no combate ao fogo e documentos que foram “apagados” ou “destruídos”, segundo o Público.

O documento, pedido por Constança Urbano de Sousa, na altura ministra da Administração Interna, e recebido já pelo seu sucessor, Eduardo Cabrita, foi mantido “em silêncio” desde meados de novembro.

A auditoria foi realizada pela Direção Nacional de Auditoria e Fiscalização (DNAF) da Proteção Civil, anunciou em agosto a então ministra.

Nas conclusões, o relatório é duro no que toca à prestação dos agentes da ANPC, revelando “amadorismo”, falta de preparação e problemas de organização nas primeiras três horas de combate ao fogo, como falhas na comunicação, veículos de informação que tardaram em chegar, passagens de trabalho feitas informalmente e “ausência” de um dos comandantes de operações – Augusto Arnaut.

O documento revela também que os auditores tiveram dificuldade no apuramento de responsabilidades, uma vez que não conseguiram aceder a informação fundamental, como é exemplo os planos estratégicos de ataque, quadros de situação tática e todas as informações existentes em postos de comando.

De acordo com os autores da auditoria, “todos estes documentos tinham sido apagados dos quadros das VCOC e VPCC (viaturas de comunicação), ou destruídos os documentos em papel que os suportaram”.

Os comandantes da Proteção Civil justificaram-se argumentando que a situação ocorreu da falta de meios para trabalho num posto de comando, uma vez que os planos são desenhados e redesenhados conforme o evoluir da situação.

Para a DNAF, esta situação demonstra a necessidade de informatização deste tipo de documentação para que esta seja preservada. O relatório descreve ainda em que consistia o primeiro posto de comando: uma mesa, na qual estava um computador de um bombeiro “com o Google Earth aberto”, e quatro cadeiras.

“É falso que o Governo tenha escondido o relatório”

Num comunicado divulgado esta quarta-feira, o Governo negou ter escondido o relatório da auditoria interna à ação da Proteção Civil no incêndio de Pedrógão Grande.

O Ministério da Administração Interna explica que os documentos foram remetidos “ao Ministério Público a 20 de novembro”. Assim, o Ministério de Eduardo Cabrita justifica o “silêncio” à volta da auditoria com “segredo de justiça”.

O Público refere, no entanto, que este facto não explica o “tratamento diferencial” que este relatório teve em relação aos outros, também a serem avaliados pelo MP.

O jornal relembra que os relatórios da GNR, assim como da comissão técnica independente, foram revelados em agosto pelo Governo.

CF, ZAP //

5 Comments

  1. Falta um Trump em Portugal para saber dizer a tanto incompetente em Portugal a começar no comandante dos bombeiros Marta Soares “youre fired”

  2. Só neste país, tantos mortos e ninguém da Proteção Civil acusada de homicídio. Se alguém tinha dúvidas, está acção de destruição de provas são o confessar do crime cometido. Eu estava lá… Nem um bombeiro vi ou veio me ajudar a combater o fogo.

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