O Memorial às Vítimas dos Incêndios de 2017 em Pedrógão Grande (Leiria) abriu junto à Estrada Nacional 236-1, na zona de Pobrais, com o nome das 115 vítimas mortais dos fogos naquele ano, mas sem cerimónia oficial de inauguração – e rodeado de eucaliptos.
A obra, um investimento de quase 2 milhões de euros, é da iniciativa da Infraestruturas de Portugal (IP) e o projecto é da autoria do arquitecto Souto Moura.
“O memorial inclui um lago de enquadramento, com cerca de 2.500 metros quadrados de área, alimentado por uma gárgula com 60 metros de extensão, sendo bordejado por uma faixa de plantas constituída por nenúfares brancos, lírios e ranúnculos”, refere a IP.
Além disso, “inclui também, como peça fundamental, um muro com a inscrição do nome de cada uma das 115 pessoas vitimadas nos incêndios florestais de Junho e Outubro de 2017″, aponta ainda a empresa.
Assinalam-se, neste sábado, seis anos desde os incêndios que deflagraram em 17 de Junho de 2017 em Pedrógão Grande e que alastraram a concelhos vizinhos, provocando a morte de 66 pessoas, além de ferimentos noutras 253.
Os fogos destruíram cerca de meio milhar de casas e 50 empresas.
A maioria das vítimas mortais foi encontrada na Estrada Nacional (EN) 236-1, que liga Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos, junto à qual foi erguido o memorial.
Em outubro do mesmo ano, outros incêndios na região Centro provocaram 49 mortos e cerca de 70 feridos, registando-se ainda a destruição, total ou parcial, de cerca de 1.500 casas e mais de 500 empresas.
A IP adianta que, de modo a garantir as condições de fruição do memorial, nomeadamente em termos de segurança rodoviária no acesso ao mesmo e na circulação em plena via, foi construída “uma meia rotunda na EN 236-1 ao quilómetro 7,5, de forma a permitir o movimento de inversão para veículos”.
De acordo com a empresa, também foi feito o “alargamento da estrada para integração de uma via de desaceleração e aproximação à zona de inversão de marcha, para além da requalificação do ambiente paisagístico marginal da EN 236-1 junto ao memorial”.
Entre eucaliptos e sem inauguração oficial
Mas, nas redes sociais, há quem repare que é um pouco “mórbido” o facto de o memorial ser rodeado por uma mata de eucaliptos, recordando que estas árvores foram potenciadoras dos incêndios de há seis anos, uma vez que facilitam a propagação dos fogos.
Por outro lado, critica-se o facto de o memorial não ter direito a uma inauguração com a presença do Presidente da República e do primeiro-ministro.
“Ninguém na inauguração: nem um membro do governo, nem o presidente dos afectos”, nota a economista Susana Peralta numa publicação no Twitter.
“Portugal é um país sem memória. Detesta escarafunchar nas partes negras do seu passado. Mesmo o muito recente”, acrescenta Peralta.
Ninguém na inauguração: nem um membro do governo @antoniocostapm nem o presidente dos afetos @presidencia.
Portugal é um país sem memória. Detesta escarafunchar nas partes negras do seu passado. Mesmo o muito recente.
https://t.co/iruEO1Fnsk— Susana Peralta (@speraltalisboa) June 17, 2023
Costa promete estar em inauguração em data a definir
O primeiro-ministro evoca a memória das vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande em publicações partilhadas no Twitter.
“Não há ano que passe que nos faça esquecer a tragédia dos incêndios de 2017. Curvemo-nos perante a memória das vítimas e expressemos sempre respeito pela dor das famílias”, escreve António Costa.
“A memória deve acima de tudo reanimar a determinação de prosseguir o trabalho de reforma estrutural da floresta e de recordar o dever de todos” de prevenir o risco de incêndio, acrescenta o primeiro-ministro.
Costa também dá a entender que deverá marcar presença numa cerimónia oficial de inauguração a realizar “em data a escolher pela Câmara Municipal e de acordo com as famílias”, para “homenagear permanentemente os que perdemos”.
Não há ano que passe que nos faça esquecer a tragédia dos incêndios de 2017. Curvemo-nos perante a memória das vítimas e expressemos sempre respeito pela dor das famílias.
— António Costa (@antoniocostapm) June 17, 2023
ZAP // Lusa
Incêndio em Pedrógão Grande
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Já se sabe quem mandou atear ou o que é que provocou os fogos? Um artigo da autoria de Daniel Toledo, «O Cartel do Fogo – Queimando Dinheiro Público em Portugal e Espanha», publicado no «Punto Crítico», o autor aponta o envolvimento de Domingos Névoa, Miguel Macedo, Jaime Gomes, Jorge Gomes, José Teixeira, Carlos Craveiro, Francisco Grave Pereira, Luís Marques Mendes, e António Figueiredo, no Cartel do Fogo, e segundo o advogado Nuno Pinto Coelho de Faria – embora não faça qualquer acusação – faz referência a Filipe Lobo d’Ávila.
Nao fui eu, senão a esta altura estava a ver o sol as quadradinhos.
Para já, foi mais importante o encontro com o Mourinho, indo num avião que não combate incêndios…
A Floresta , seja ela de Eucaliptos , Sobreiros, Carvalhos ou mesmo de tojeiros e mato , não pega fogo sozinha !…..é preciso a “Mãozinha” ao serviço do Fire Business !