António Pedro Santos / LUSA
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Esta quarta-feira, ficou a saber-se que o Governo falhou no caso das greves dos técnicos de emergência, em novembro. Na altura, a ministra da Saúde prometeu tirar consequências sobre a sua atuação. Agora e por enquanto, Ana Paula Martins continua a afastar “ilações políticas”.
O Ministério da Saúde falhou no caso greve dos técnicos de emergência, no final de outubro e início de novembro.
O relatório preliminar da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), divulgado esta quarta-feira, concluiu que o Ministério ignorou avisos e não informou INEM das greves que criaram caos no atendimento, numa semana em que morreram cerca de uma dezena pessoas à espera da ambulância.
A inação do Governo não permitiu ao INEM gerir atempadamente os efeitos das greves. Os partidos da oposição têm, desde então, apelado à demissão de Ana Paula Martins.
A 12 de novembro, no Parlamento, a ministra da Saúde prometeu que, quando os relatórios fossem conhecidos, saberia “retirar as consequências daquilo que é a responsabilidade de uma ministra”.
O momento chegou; mas Ana Paula Martins voltou a adiar as “ilações políticas”.
“Ainda não é momento”
Esta quinta-feira, a ministra da Saúde rejeitou tirar consequências políticas na sequência do relatório da IGAS (pelo menos, para já).
“Não me parece que possamos, neste momento, tirar ilações políticas”, afirmou, em declarações aos jornalistas.
A governante esclareceu que ainda há mais dois processos a decorrer: um de inquérito do Ministério Público e outro de inspeção pela IGAS. Só depois da sua divulgação é que espera tirar as prometidas “ilações políticas”.
Ministra diz que mortes não estão em causa
Ana Paula Martins considerou ainda que o relatório divulgado esta quarta-feira pela IGAS não demonstra correlação entre as greves no INEM e as 11 mortes que aconteceram devido a eventuais falhas no socorro.
Sobre isso, a ministra prefere esperar pelas inspeções que ainda está a decorrer.
Comunicação: o problema de sempre
Nas declarações feitas aos jornalistas esta quinta-feira, a ministra reconheceu um problema crónico. Não do INEM, não do SNS, não dos doentes, mas sim do seu Ministério, que tem de rever a forma como comunica.
“Nomeadamente, este tipo de pré-avisos de greve às entidades do Ministério da Saúde”, considerou Ana Paula Martins.
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