Manchada pela crise no INEM, ex-secretária de Estado vai ser presidente do Metro de Lisboa

Cristina Vaz Tomé, ex-secretária de Estado da Gestão da Saúde

Cristina Vaz Tomé era secretária de Estado da Gestão da Saúde na altura dos atrasos na prestação de cuidados de emergência do INEM. Governo opta agora por atribuir-lhe novas funções, avança a Sábado.

A antiga secretária de Estado da Gestão da Saúde Cristina Vaz Tomé, uma das caras da polémica em volta da greve no INEM no final do ano passado, que coincidiu com atrasos nos cuidados de emergência e que poderão ter provocado a morte de até 11 pessoas, vai agora ser presidente do Conselho de Administração do Metropolitano de Lisboa.

A notícia é avançada pela Sábado esta segunda-feira, que garante que a decisão parte do atual Governo, que optou por atribuir-lhe novas funções após a sua breve passagem pela Assembleia da República como deputada.

Recorde-se que o Ministério Público chegou a abrir investigações sobre 11 mortes alegadamente causadas pela ausência de técnicos de emergência pré-hospitalar.

Apesar da pressão política e de ter sido desautorizada pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins — que lhe retirou a tutela do INEM —, Cristina Vaz Tomé não foi afastada do Governo na remodelação de fevereiro.

Com o início da XXV legislatura, a ex-governante assumiu funções como deputada, mas por um curto período, uma vez que será agora nomeada para liderar o metropolitano da capital.

Questionada pela Sábado, Vaz Tomé, engenheira de Gestão Industrial, recusou comentar a nomeação, considerando “precoce” uma conversa sobre o assunto.

O parlamento aprovou na sexta-feira a criação de uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades políticas e de gestão do INEM nos últimos anos, na sequência de uma proposta apresentada pela bancada da Iniciativa Liberal (IL).

O inquérito foi aprovado com os votos a favor dos deputados do Chega, da IL, do Livre, do PCP, do BE, do PAN e do JPP e com a abstenção do PSD, do PS e do CDS-PP.

Os deputados têm 90 dias para apurar as responsabilidades políticas, técnicas, contratuais, legais e financeiras relativas ao INEM, incluindo durante a greve do final de outubro e início de novembro de 2024, assim as relativas ao processo do concurso público internacional para a contratação do transporte aéreo de emergência médica.

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