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Quem são os activistas pelo clima? A resposta está na cor da tinta

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António Cotrim / Lusa

O ministro das Finanças, Fernando Medina, foi atacado com tinta verde por activista durante aula aberta na Universidade de Lisboa.

Os protestos de activistas ambientais têm sido recorrentes e mais agressivos nos últimos tempos. A mais recente “vítima” foi o ministro das Finanças que foi “atacado” com tinta verde. E a cor ajuda a perceber quem são os autores das iniciativas.

O ministro Fernando Medina, titular das Finanças, foi atacado com tinta verde durante uma intervenção na Faculdade de Direito, da Universidade de Lisboa. Antes disso, já o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, tinha sido alvo de um ataque com a mesma cor.

E porque é que falamos em cor? É que o verde é a tinta de eleição do movimento Greve Climática Estudantil para os seus protestos.

Por outro lado, a cor vermelha tem sido a privilegiada pelo movimento Climáximo que tentou, recentemente, vandalizar um quadro de Picasso no Museu de Arte Contemporânea no Centro Cultural de Belém. Felizmente, a pintura estava protegida e, por isso, não ficou danificada com a tinta vermelha que lhe atiraram.

Greve Climática Estudantil quer “transformar o mundo”

O movimento Greve Climática Estudantil tem tido como alvos preferenciais dos seus protestos políticos com cargos de decisão, e sobretudo elementos do Governo.

Estes activistas apresentam-se como um colectivo de “estudantes que luta por justiça climática“, defendendo como missão “transformar o mundo”.

O movimento arrancou em 2019 e tem “núcleos locais espalhados um pouco por todo o país”, como se sublinha no site da Greve Climática.

Entre as suas acções contam-se a primeira greve às aulas pelo clima, mas também vigílias e palestras nas escolas. Mas também já organizaram a ocupação de escolas como forma de protesto “confrontativa”.

Climáximo aposta na “desobediência civil” em nome de “moral superior”

As acções de protesto do Climáximo têm sido um pouco mais agressivas, até porque estes activistas defendem na sua “Declaração de Estado de Emergência Climática“, “actos de desobediência civil como uma forma de obediência a leis e regras moralmente superiores”.

O Climáximo já fez cortes de trânsito e acções de vandalização de instalações de empresas como a REN – Redes Energéticas Nacionais. Activistas do movimento também se colaram a um avião da TAP numa acção recente.

O seu propósito é “desafiar o status quo” e usam o vermelho como cor representativa, tanto no site como nos seus protestos.

“As emissões de 2021 condenaram à morte 9 milhões de pessoas. A cada hora, as empresas e governos condenam mais mil pessoas”, pode ler-se no site do Climáximo.

Activistas partiram montra da Gucci

Neste sábado, quatro activistas do Climáximo partiram a montra da loja da Gucci na Avenida da Liberdade, em Lisboa, inscrevendo a frase “Quebrar em caso de emergência climática” no vidro, usando tinta vermelha.

Em comunicado, o Climáximo justifica a acção com o facto de a Gucci pertencer a “um dos homens mais ricos do mundo”, o bilionário francês François-Henri Pinault.

“A ONU aponta que os ultra-ricos têm de cortar mais de 97% das suas emissões, no relatório de lacuna de emissões, mas o consumo de luxo nunca esteve tão alto”, critica o movimento.

Nesta sexta-feira, três jovens activistas do Climáximo foram condenadas a 600 euros de multa pelo crime de atentado à segurança do transporte rodoviário, após terem interrompido o trânsito na Rua de São Bento, em Lisboa, no passado dia 4 de Outubro.

Susana Valente, ZAP //

5 Comments

  1. Delinquentes,
    Nada inteligentes
    Estão a criar ódios por parte da população portuguesa.
    São gente que vivem no sofá, nas redes sociais, usam o telemóvel e computadores com baterias de minério poluente, acham-se senhores da razão, não contemplam a natureza mas como está na moda manifestar a favor do clima, fazem este tipo de coisas para atenuar suas frustrações e falhanços na vida.

  2. Há mais de 40 anos que venho barafustando sobre a situação de catástrofe apocalíptica em que os homens colocaram a Terra. Tenho-o feito de diversas formas, inclusive pintando paredes e alcatrão, mas nunca parti montras nem atirei tinta ou “algo” parecido a ninguém. Tento compreender o porquê de esta gente nova o fazer, mas fico com a impressão de que tais acções não passam de divertimento de mau gosto, falta de criatividade ou tentativa de reproduzir o que lá por fora também vão fazendo.
    Como lá fora, também aqui esses jovens destemidos (para não os qualificar de outro modo) não sabem o que estão a fazer porque também não estão verdadeiramente cientes do que é imperioso que se faça e que não se faça. Pensam, se é que pensam, que o direito de se manifestar resolverá por si só o problema. Se tivessem a noção precisa das condicionantes que a salvação da Terra lhes impõe, a eles e a todos nós, não me admiraria que não quisessem acompanhar o desassossego daqueles que sentem verdadeiramente o problema.
    Em vez das suas investidas, dessas manifestações que só servem para dar nas vistas, porque não começam eles próprios a dar o exemplo, mostrando aos outros, com as suas práticas e não com conversa fiada, como teremos de viver a muito breve prazo, para pelos menos tentarmos atrasar a chegada que nos espera
    A Terra atingiu o “ponto de sem retorno” . Não brinquemos aos eventos de fazer de conta!

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