Esta quinta-feira, o Governo enviou aos parceiros sociais duas propostas para alterar o Código de Trabalho: a suspensão da caducidade dos contratos coletivos de trabalho e o modelo de arbitragem para ser aplicado depois de 2023.
Em matéria laboral, o Governo propôs a suspensão por mais um ano da caducidade das convenções coletivas de trabalho e a instituição do mecanismo de arbitragem a aplicar depois de 2023. Segundo o Expresso, ambas as propostas seguiram para os parceiros sociais, via Conselho Económico e Social.
A legislação laboral é um dos temas mais difíceis na relação com os partidos que apoiaram o Governo. O PCP, por exemplo, luta há muito pelo fim da caducidade das convenções coletivas de trabalho.
No ano passado, pressionado pela pandemia, o Executivo de António Costa aceitou suspender a caducidade, numa medida que não encheu a barriga dos comunistas: queriam mais do que uma medida conjuntural, mas o PS afastou sempre essa possibilidade.
Este ano, em pleno jogo orçamental, o Governo avança com a suspensão da caducidade por mais um ano, prolongando-a até ao final da legislatura.
O Público refere que, na nova proposta, o Governo introduz a possibilidade dos trabalhadores e empregadores acionarem os tribunais arbitrais antes do final do prazo do contrato coletivo, suspendendo o prazo e prevenindo a caducidade, uma vez que o tribunal pode decretar a continuidade do contrato coletivo quando não há acordo entre as partes.
O atual regime só permite que seja acionado um tribunal arbitral depois da caducidade do contrato coletivo e por iniciativa de um membro do executivo.
Com a suspensão a ser alargada até ao fim da legislatura, a implementação de um mecanismo de arbitragem sobre este tema só surtirá efeito a partir de 2023.
A legislação laboral já tem inscrito o mecanismo de arbitragem, que é usado para estabelecer os serviços mínimos nas greves do setor público, mas não tem sido utilizado para as convenções coletivas. Antes, era preciso deixar a convenção caducar, esperar um ano e só se estivessem reunidas as condições pedir a arbitragem. Isto significa que esta arbitragem não impedia a caducidade daquela convenção.
Agora, o mecanismo proposto prevê que a arbitragem seja pedida com a convenção em vigor e suspende o prazo de caducidade. Na prática, impede a sua caducidade e fica tudo na mão de árbitros que têm o poder de decidir quais as partes das convenções que ficam em vigor, explica o semanário.
António Costa anunciou, esta quinta-feira, que ambas as propostas vão integrar a Agenda Para o Trabalho Digno que o Governo vai aprovar na próxima semana, em Conselho de Ministros, para abrir a consulta pública.
As duas medidas são também um piscar de olho à esquerda, já que tanto o PCP como o Bloco de Esquerda insistem que não podem separar o Orçamento do Estado das mudanças nas leis laborais.
OE2022
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O PC e o BE vão viabilizar o orçamento porque nenhum dos partidos ditos de esquerda quer eleições antecipadas.
O senhor Costa terá mesmo que piscar o olho à extrema-esquerda, uma vez que avisou atempadamente que negociar à sua direita seria ter de deixar de ser governo, caso o orçamento não seja aprovado caberá apenas a ele e seus parceiros da geringonça a responsabilidade pelo sucedido! É evidente que nada disto acontecerá porque o matrimónio se não for com o Jerónimo, será com a Catarina e creio que estes dois já se disputam entre si para ver qual dos dois receberá a aliança das mãos do senhor Costa.