Para muitos, o critério número 1 para se ir para um hotel. Os hotéis estão a ser pressionados acabar com os famosos pequenos-almoços buffet por causa do desperdício alimentar.
Os pequenos-almoços buffet já tiveram melhor fama. Estão cada vez mais sob escrutínio pelo seu desperdício, consumo excessivo e impacto ambiental.
Panquecas empilhadas; uma placa com dezenas de ovos estrelados; filas intermináveis de fruta; dispensadores gigantes de cereais… tudo à Lagardère.
Símbolo de indulgência, o seu tempo está a esgotar-se. Até porque por detrás deste “à grande e à francesa” esconde-se uma verdade mais sombria: desperdício alimentar.
De acordo com o Relatório do Índice de Desperdício Alimentar 2024 do PNUMA, 1,05 mil milhões de toneladas de comida foram desperdiçadas globalmente em 2024, com 28% a vir da restauração.
Buffets de pequeno-almoço estão entre os piores infratores, gerando mais do dobro do desperdício em comparação com pequenos-almoços empratados.
Este é um dos motivos que faz com que os hotéis estejam a ser pressionados acabar com os famosos pequenos-almoços buffet. À BBC, Jocelyn Doyle, diretora de marketing e comunicação da The Sustainable Restaurant Association disse que “cortar o desperdício alimentar é uma forma poderosa de fazer a diferença – e o pequeno-almoço é um lugar inteligente para começar.”
Os hotéis ainda enfrentam a tarefa complexa de satisfazer expetativas diversas dos hóspedes. Mas hotéis em todo o mundo já estão a adotar escolhas subtis de design para atingir este objetivo.
Por exemplo, a Scandic Hotels está a reduzir o tamanho de bolos, pastelaria e queques, com a opção de voltar para mais. Os Ibis usam pratos mais pequenos para limitar excessos. Enquanto o Hilton Frankfurt serve itens pré-porcionados como iogurte e copos de fruta. O Novotel Bangkok Sukhumvit coloca lembretes: “Leve apenas o que conseguir comer.”
O desejo de justificar o dinheiro gasto no pequeno-almoço acrescenta-se ao impulso de comer em excesso. Nesses casos, mesmo os mais conscientes das questões climáticas podem subestimar o impacto do seu próprio desperdício alimentar.
“Contextos de viagem desencadeiam uma ‘mentalidade de férias’, onde a indulgência parece justificada”, disse, também à BBC, Kelly L. Haws, especialista em comportamento do consumidor.
Jocelyn Doyle recomenda que os hotéis considerem seriamente remover o buffet por completo – e elevar a sua experiência de pequeno-almoço em vez disso.
“Além de reduzir desperdício, um menu de pequeno-almoço pequeno, planeado com cuidado e confeccionado a pedido pode proporcionar uma experiência mais repousante e luxuosa para os hóspedes. O pequeno-almoço é a parte final da oferta que eles vão experienciar antes do check-out — porque não deixá-los com uma sensação de terem sido mimados?” sugere.