Anos de tristezas, miséria, dívidas. A “casa mais triste do Mundo” foi finalmente vendida

Channel 4

Chesil Cliff House, a “casa mais triste do Mundo”

Uma casa inspirada num farol, que ficou famosa por ter sido protagonista do “episódio mais triste de sempre” de um popular programa de televisão britânico, foi finalmente vendida — depois de ter levado à ruína o seu proprietário.

A famigerada Chesil Cliff House, em Devon, no sul de Inglaterra, tornou-se conhecida depois de a sua construção ter deixado o proprietário, Edward Short, de 57 anos, com uma dívida de mais de 7 milhões de libras (cerca de 8 milhões de euros).

A obra, que deveria durar apenas 18 meses e custar 1,8 milhões de libras, prolongou-se por mais de uma década, deixando Short na falência e sem conseguir atrair compradores, conta o Devon Live.

Afetada pela recessão e crise do imobiliário, a construção da casa viria a demorar mais de 12 anos, durante os quais ultrapassou o orçamento em vários milhões de libras. Os custos dispararam ainda mais quando Short tentou transformá-la num farol em estilo art déco.

O projeto acabou por custar a Short não só uma pequena fortuna como também o casamento com a mulher, Hazel.

A epopeia de Short foi retratada em outubro de 2019 num episódio do programa Grand Designs, do Channel 4 — que foi descrito por muitos espetadores como “o episódio mais triste de sempre” do programa.

Na altura, Short, então com 52 anos, emocionou os telespetadores com a história da sua tentativa de transformar um farol degradado numa casa de luxo, sustentável e amiga do ambiente.

O episódio acompanhou o infortúnio que assolou Short durante anos, com um projeto que deixou a família mergulhada em milhões de libras de dívidas, acabando por levar ao divórcio do casal, que tem duas filhas.

A propriedade, com cinco quartos, foi colocada à venda em 2024 por 5,25 milhões de libras, e foi agora finalmente vendida, revelou a Homebuilding & Renovating. Tinha sido inicialmente listada por 10 milhões de libras, em fevereiro de 2023, sem sucesso.

Edward diz sentir-se “aliviado” pela venda do imóvel, mas adianta, meio a brincar, que continuará a jogar na lotaria com o sonho de o poder recomprar.

“É definitivamente o fecho de um longo capítulo da minha vida — não há dúvida disso. Mentalmente já me tinha desligado da propriedade há algum tempo, porque era inevitável”, admitiu o agora feliz ex-proprietário.

Apesar de tudo, Edward afirma guardar boas recordações da construção, e diz que aqueles anos foram dos melhores da sua vida. “Recordo muitos momentos da construção daquela casa com prazer. Houve instantes absolutamente incríveis. Todo o tempo que passei a construí-la foi fantástico — isso nunca desaparece”.

ZAP //

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