Verão, sol… Por um lado, bronze; por outro, riscos para a pele e para a saúde. Já todos conhecemos a lenga-lenga — ou não.
A desinformação continua a ser comum em vários aspetos da exposição ao sol, a principal causa de melanoma, o tipo mais grave de cancro da pele. A boa notícia é que até nove em cada dez casos poderiam ser prevenidos com medidas simples de proteção solar.
Abaixo, a lista do Cancer Research UK mostra-nos os mitos mais comuns sobre o sol e explica como manter-se seguro durante a época do calor.
1. O Sol é mais perigoso quando está mais quente
Nem sempre. Os danos na pele são causados pelos raios ultravioleta (UV), que não são percebidos como calor. A temperatura elevada vem de outro tipo de radiação, o infravermelho.
O índice UV, disponível em previsões meteorológicas e aplicações móveis, indica a intensidade dos raios solares. Sempre que o índice atinge 3 ou mais, é recomendável adotar medidas de proteção, independentemente da temperatura.
2. Pessoas com pele mais escura não apanham escaldões
Qualquer pessoa pode sofrer queimaduras, incluindo aquelas com pele mais escura.
A diferença reside na aparência e na sensibilidade: pele clara apresenta vermelhidão, dor e inchaço; pele escura pode não mudar de cor, mas ficará irritada, com comichão ou sensível. Mesmo que o risco seja menor, não é inexistente.
3. É preciso apanhar muito sol para obter vitamina D
A exposição moderada ao sol ajuda a produzir vitamina D, essencial para ossos saudáveis, mas a quantidade necessária varia.
Pessoas com pele clara necessitam apenas de breves períodos de sol, enquanto pessoas com pele escura podem precisar de mais tempo de exposição no verão.
Assim, não é necessário arriscar queimaduras para obter vitamina D; suplementos e dieta também são eficazes.
4. Não é possível apanhar escaldões em dias nublados
Mesmo com céu encoberto, os raios UV passam pelas nuvens. Desta forma, deve sempre verificar o índice UV e tomar precauções quando este for 3 ou superior.
5. O protetor solar é a melhor proteção
Embora seja importante, o protetor solar não chega quando é a única medida de proteção.
A proteção mais eficaz envolve sombra, roupa adequada, chapéu de abas largas e óculos com proteção UV. O protetor solar deve ser aplicado generosamente em áreas expostas e reaplicado a cada duas horas, ou após nadar, suar ou secar-se com toalha.
6. Produtos “aftersun” reparam queimaduras
Estes produtos apenas aliviam sintomas de desconforto, como dor ou vermelhidão, mas não reparam danos no ADN das células.
Se notar sinais de queimadura, procure sombra e cubra-se imediatamente.
7. “Já apanhei o escaldão, agora não adianta”
Mesmo que já tenha sofrido queimaduras, a proteção futura é essencial. Queimaduras ocasionais aumentam o risco de melanoma, porque nem todo o dano é reparado.
Começar a proteger-se agora ajuda a reduzir a acumulação de lesões e a manter o risco controlado.
8. O sol não está forte o suficiente
O sol pode ser intenso, especialmente entre março e outubro. Uma dica prática é a “regra da sombra”: se a sua sombra é mais curta que a altura do corpo, os raios UV estão fortes e deve tomar precauções.
Na verdade, é possível até obter um bronzeado à sombra. Os efeitos dos raios solares podem afetar-nos mesmo debaixo de um guarda-sol.
9. Protetores solares caros oferecem melhor proteção
O mais importante é o Fator de Proteção Solar (FPS) e a classificação de estrelas, não o preço ou a marca. Escolha produtos fáceis de aplicar e que goste da textura.
10. O protetor solar não tem prazo de validade
Como outros cosméticos, os protetores solares expiram. Verifique o ícone de um frasco aberto e a validade após abertura. Armazene-os em local fresco e seco, longe da luz direta do sol.
11. Lâmpadas UV para manicures causam cancro
O risco é muito baixo. Estas lâmpadas emitem menos radiação do que a exposição ao sol ou camas de bronzeamento, tornando improvável o desenvolvimento de cancro devido ao seu uso.
12. O FPS presente na maquilhagem é suficiente
Maquilhagem com FPS não oferece proteção adequada. Seria necessário aplicar várias vezes a quantidade normal, além de reaplicar várias vezes ao dia, o que raramente acontece. O protetor solar continua a ser essencial para a pele exposta.
13. Não se sofre danos solares através do vidro
O vidro bloqueia parcialmente os raios UVB, mas não os UVA, que penetram mais profundamente na pele e podem causar danos a longo prazo.
Se passa muito tempo junto a janelas ou em carros, utilize roupa, chapéu e óculos com proteção UV, e opte por protetor solar com quatro ou cinco estrelas ou indicação UVA.