O Presidente da República escusou comentar porque recusou, em 2017, integrar a comissão de honra de António Salvador, por considerar que podem ser feitas comparações com o apoio dado pelo primeiro-ministro à candidatura de Luís Filipe Vieira.
Eu não tenho mais nada a dizer do que aquilo que já disse. E, portanto, sobre essa matéria, não tenho nada a acrescentar relativamente ao que disse”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, quando questionado pelos jornalistas sobre se já tinha falado com António Costa sobre a polémica da comissão de honra da candidatura de Luís Filipe Vieira. “Soube como soube, na circunstância que soube, pela comunicação social, e, portanto, não tenho nada a comentar sobre esta realidade, sobre o que já disse.”
Questionado sobre quais a razões que o levaram a recusar integrar, em 2017, a comissão de honra do presidente do Sporting de Braga, Marcelo recusou comentar a sua decisão, temendo comparações com o caso de António Costa.
“Não tenho nada a dizer, porque tudo o que eu dissesse seria uma forma indireta de me pronunciar sobre a questão sobre a qual não me quero pronunciar, porque tudo o que eu dissesse seria utilizado para, num sentido ou noutro, fazer comparações ou estabelecer diferenças. Ora, a minha é precisamente não me pronunciar sobre a matéria”, afirmou.
O Observador avançou na segunda-feira que o convite ao Presidente da República surgiu quando este já ocupava o cargo, tendo na ocasião justificado que não podia aceitar devido ao cargo que ocupava. Em 2013, quando ainda era comentador político, Marcelo Rebelo de Sousa tinha integrado a comissão de honra da candidatura de António Salvador.
No domingo, o Presidente da República tinha já recusado comentar o apoio dado pelo primeiro-ministro à candidatura de Vieira à presidência do Benfica, alegando que ainda não tinha falado com o primeiro-ministro.
Já na segunda-feira, António Costa voltou a defender que o seu apoio à recandidatura do presidente do Benfica “rigorosamente nada” tem a ver com a sua vida política ou funções. “Mais uma razão acrescida para que não misture de forma alguma aquilo que são as minhas responsabilidades enquanto agente político com coisas que rigorosamente nada têm ou tiveram a ver com a minha vida política ou funções”, disse.
O chefe do Governo evitou responder a mais questões sobre a sua inclusão na comissão de honra da candidatura de Vieira, envolvido em diversos processos judiciais.
50 mil pessoas em Fátima no 13 de Outubro
Sobre Fátima, Marcelo disse temer que a perceção da sociedade sobre o 13 de outubro, com 50 mil pessoas, seja menos positiva do que a das autoridades envolvidas, perante o aumento de infetados por covid-19.
“Deus queira que eu me engane relativamente ao facto de se entender que 50 mil pessoas, no dia 13 de outubro, é uma realidade. Não é que [esse número] não respeite as regras sanitárias, não é que não revele um grande esforço de organização. Mas quanto à perceção que tem a sociedade portuguesa, relativamente ao momento vivido, e ao que significa, no momento vivido, [a presença de] 50 mil pessoas”, sublinhou.
Assumindo-se como “católico e ‘fatimista’”, Marcelo sublinhou, contudo, que “não é disso que se trata”, referindo-se às regras sanitárias, mas “da perceção da sociedade num momento em que há 400, 500, 600 ou ligeiramente mais casos por dia”, advertiu, salientando que esta era a preocupação que tinha em relação à Festa do Avante!.
“Quando foi da Festa do Avante! eu até fui muito mal-entendido porque não pus em causa nem a competência jurídica da Direção-Geral da Saúde, para definir regras, nem a preocupação do Partido Comunista Português”, afirmou o chefe de Estado.
Marcelo garantiu que, quando comentou a Festa do Avante, referia-se à perceção externa da sociedade num momento que o país atravessa por conta da pandemia de covid-19, não pretendendo pôr em causa as duas instituições, nomeadamente o PCP, que lhe facultou o acesso ao Plano de Contingência, onde verificou que “foi muito grande o cuidado do Partido Comunista para cumprir a regras sanitárias”.
“Se fosse num momento de 100 casos por dia, tenderem para ser 50, um fenómeno a desaparecer… Agora num momento é que a tendência é para subir [o número de casos] e não para descer, a minha preocupação era que a perceção não [fosse] tão positiva quanto a DGS e o PCP entendiam. Eu até disse humildemente: ‘Deus queira que eu me engane’”, afirmou.
Escolas: “Vamos corrigir aquilo que não funcionar bem”
Marcelo reconheceu que o regresso às aulas vai “ser difícil” e defendeu, que em vez de encerrar escolas, é preciso corrigir o que não vai funcionar bem no arranque do ano.
“Vai ser difícil, não vale apenas escamotear”, afirmou, salientando que a preparação do ano letivo exigiu um “esforço brutal” para professores, diretores, Ministério da Educação, pais e alunos.
O chefe de Estado considerou que este esforço de adaptação é mais fácil numas escolas do que noutras, nomeadamente para os estabelecimentos de ensino com “largas centenas ou mais de mil alunos”.
Para Marcelo, há duas formas de encarar a nova realidade: “uma é dizer que é impossível e que o mais fácil é fechar [as escolas]”, o que considera “errado, porque ensino não presencial não é ensino, é uma emergência para uns meses”.
“A resposta há de ser outra: vamos corrigir aquilo que não vai funcionar bem da primeira vez. Corrigir significa ir melhorando, significa onde houver problemas detetá-los rapidamente e em conjunto, professores, pais, autarquias, Estado darem resposta o mais rápido possível”, defendeu, salientando que isso deve ser feito aumentando a capacidade de testagem e de colaboração com as autoridades sanitárias para aumentar a confiança.
E acrescentou: “Eu não sou daqueles que iludem as dificuldades, vai ser difícil, vai ser muito difícil, agora vamos tentar enfrentar as dificuldades onde for possível superá-las. Onde não for possível tem de ser ver como é que se corrige”.
Sobre a TAP, Marcelo disse esperar que, como outros operadores, consigam ultrapassar as dificuldades causadas pela pandemia de covid-19 para cumprir uma missão para o turismo nacional e para o turismo do Porto.
“Eu espero é que se ultrapasse essa fase porque faz muita falta, faz muita falta que quer esse operador, quer outros operadores aéreos possam cumprir uma missão para o turismo português e para o turismo do Porto”, afirmou Marcelo.
O chefe de Estado referiu que a companhia de bandeira nacional “foi muito atingida” pela pandemia e pela crise que esta originou, sendo exemplo disso o movimento nos aeroportos nacionais. É evidente que quanto há uma epidemia desta natureza e uma crise deste alcance, a operadora aérea nacional por excelência foi atingida, foi muito atingida, basta olhar para o panorama dos aeroportos, a começar no aeroporto Humberto Delgado [Lisboa], e ver os aviões parados às dezenas”.
Marcelo salientou que “isso coincidiu com um processo, que ele próprio foi um processo lento, um processo de restruturação que está em curso e que tem um preço, esse preço é global e depois há preços específicos”.
ZAP // Lusa
Um tipo como Marcelo que pede aos portugueses que fiquem em casa enquanto ele próprio vai assistir à final da champions não merece qualquer tipo de crédito. Faça favor de libertar a cadeira de presidente!
Um tipo como Marcelo que pede aos portugueses que fiquem em casa enquanto autoriza a realização da festa do avante juntamente com o governo não merece qualquer tipo de credibilidade!
E muito mais haveria para dizer!
Politicamente este PR é um desastre. Parece que nem temos presidente da República. O gajo encosta-se a Costa, tira as fotografias e dá beijocas, para camuflar a sua incompetência política.
Esta rapaziada mais antiga que apoderou se dos partidos e do sistema, ‘e do tempo do ditador. Alguma coisa tinham de copiar ou fazer pior… ditador morreu pobre e estes vao morrer ricos…verdade ou nao…