Depois de um interrogatório de mais de seis horas, o ex-primeiro-ministro afirmou que o Ministério Público não conseguiu apresentar nenhuma prova e que não fica “nada espantado” se o MP adiar novamente a conclusão do inquérito.
À saída do interrogatório no âmbito da Operação Marquês, que aconteceu esta segunda-feira e durou mais de seis horas, José Sócrates qualificou como “absurdas e estapafúrdias” as alegações do Ministério Público que o relacionam com os negócios e as decisões da PT.
O ex-primeiro-ministro replicou que tais suspeitas “são absurdas e estapafúrdias” porque “não têm o mínimo de sustentação na realidade”, aludindo, nomeadamente, à alegada intervenção que teria tido para influenciar que a OPA da SONAE não tivesse tido sucesso.
O antigo chefe do Governo socialista reiterou que a única intervenção que teve na PT, através da “Golden Share”, colidiu precisamente com os interesses de Ricardo Salgado e do BES.
“O negócio da fusão (da PT) com a OI (operadora brasileira) foi feita, muito mais tarde, em 2013. Podem pedir responsabilidades ao governo de Passos Coelho que tomou a decisão de abdicar da Golden Share”, enfatizou Sócrates, observando que essa “história” em que o pretendem envolver “está muito mal contada”.
Sócrates transmitiu ainda a ideia que, ao ser novamente interrogado pelo MP, desafiou os procuradores a apresentar provas daquilo que lhe imputam, mas que estes não têm factos, nem provas e que o seu “padrão” de atuação passa pela “encenação mediática” e as “campanhas de difamação” contra si, através da comunicação social.
O ex-governante lamentou que, ao fim de 44 meses de investigação e depois de ter sido detido e preso, o MP “não tenha evidências, nem elementos, nem factos, nem provas”, a não ser uma “teoria absurda”, traduzidas em suspeitas “falsas e injustas” de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.
“Fiquei espantadíssimo porque o MP não foi capaz de apresentar nada, a não ser uma escuta aqui, uma escuta ali, como se isso pudesse servir de base a qualquer suspeição”, declarou o antigo primeiro-ministro.
“Não me espantaria nada que adiassem outra vez [a conclusão do inquérito]”, disse ainda, considerando “absolutamente escandaloso” que o MP “possa não respeitar os prazos” processuais que “estão nos códigos e que é igual para todos”.
A inquirição do ex-primeiro-ministro ocorreu dias depois de o MP ter interrogado Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data de Sócrates, a quem os procuradores atribuem o papel de “testa de ferro” e fiel depositário de vários milhões de euros de “luvas”, cujo destinatário final seria o antigo líder socialista.
A ex-mulher de Sócrates, Sofia Fava, vai ser interrogada na quarta-feira e Joaquim Barroca, gestor do Grupo Lena, na quinta-feira, numa maratona de inquirições até à próxima sexta-feira, que tem aumentado as dúvidas sobre se o MP conseguirá ou não concluir a investigação no prazo (17 de março) concedido pela Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal.
A “Operação Marquês”, conta até ao momento, com 25 arguidos – 19 pessoas e seis empresas, quatro das quais do Grupo Lena.
Entre os arguidos estão Armando Vara, ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos e antigo ministro socialista, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, João Perna, antigo motorista de Sócrates, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, ex-administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.
ZAP // Lusa
Esta história já cheira mal!
Têm provas? Ok, então condene-se. Não têm provas? Então acabem com a palhaçada duma vez por todas! Deixem de lixar o contribuinte mais um bocadinho, é que a “vendetta” somos nós, contribuintes, que andamos a pagar.. O que deviam ter feito era, quando o prenderam já terem as provas claras (como disseram que tinham) e, depois podiam juntar mais uma coisa ou outra de reforço.
Estou farto desta m.erda….
Bitaite – Estou de acordo! Porque será que se focam só neste caso, e ñ no Dias Loureiro, Oliveira e Costa, Miguel Macedo, Salgado, Filipe Menezes, Marco António, Tecnoforma, Arlindo Cunha, etc etc. E até como foram compradas e vendidas as ações do BPN pelo sr silva.
A história cheira bastante mal mesmo, os banco que nos castigava em nos tirar as casas e no puseram a dormir na rua, ja nos pediram dinheiro,(e não foi tão pouco quanto isso) pagamos isto porque os políticos assim lhes deu jeito, dar o nosso próprio sangue e sabermos que foi para lixo… para os estrangeiros nos venderem plasma…políticos Portugueses a ganharem fortunas, com o sangue dado pelos Portugueses de boa fé…. Amigos para mim democracia existe, mas para certo tipo de crimes!!!! 25 Réus 250 anos de prisão, todos na mesma camarata e depois decidam que ha-de sair no dia a seguir ou quem vai ter que estar mais tempo, porque todos eles sabem o bem e o mal que fizeram aos Portugueses e a Portugal. Gastar mais dinheiro a tentar provar quem foi o mais culpado, não concordo.