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Ucrânia prepara retirada de tropas e famílias da Crimeia

Michael / Wikimedia

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A Ucrânia está a preparar um plano de retirada dos militares ucranianos e das respetivas famílias que ainda permanecem na república autónoma da Crimeia, divulgou hoje o secretário do conselho de segurança nacional e de defesa, Andrii Paroubii.

“Elaborámos medidas para que os militares e os membros das respetivas famílias que estão na Crimeia possam chegar rapidamente ao território continental da Ucrânia”, afirmou o representante, durante uma conferência de imprensa, após uma reunião do conselho de ministros.

O responsável ucraniano indicou que Kiev pretende organizar exercícios militares conjuntos com os aliados defensores da sua independência, como foi o caso dos Estados Unidos e do Reino Unido, que garantiram a soberania territorial da Ucrânia quando a ex-república soviética renunciou em 1994 ao seu arsenal nuclear.

“Apelámos à organização na Ucrânia de exercícios comuns do exército ucraniano e dos nossos aliados garantes da segurança da Ucrânia”, disse Andrii Paroubii.

O representante anunciou igualmente que a Ucrânia decidiu sair da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), organização que reúne 11 ex-repúblicas soviéticas e liderada pela Rússia.

“Foi decidido iniciar o processo de saída da CEI”, declarou o secretário do conselho de segurança nacional e de defesa.

O acordo que estabeleceu a CEI foi assinado a 08 de dezembro de 1991 entre a Rússia, a Ucrânia e a Bielorrússia.

O responsável avançou ainda que a Ucrânia decidiu introduzir um regime de vistos para os cidadãos russos.

“Demos instruções ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para introduzir um regime de visto com a Rússia”, indicou.

Estas medidas das autoridades de Kiev foram anunciadas um dia depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter assinado um tratado bilateral para a integração da Crimeia na Federação Russa.

A república autónoma da Crimeia, um território no sul da Ucrânia e de população maioritariamente russa, está no centro da tensão entre Moscovo e Kiev desde a destituição, em fevereiro, do presidente ucraniano Viktor Ianukovich, considerado pró-russo.

As autoridades locais da península autónoma recusaram reconhecer o novo Governo de Kiev e referendaram, no domingo passado, uma união com a Rússia, apoiada por 96,77% dos votantes.

A república da Crimeia e a cidade de Sebastopol foram palco nas últimas 24 horas de incidentes em três bases militares ucranianas.

/Lusa

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